Escrito por: CNTE

AC: Trabalhadores da Educação fazem ato no Centro da capital e fecham ponte

Em greve desde o dia 17 de junho, os trabalhadores da Educação do Acre fizeram um ato em frente ao Palácio Rio Branco, no Centro da capital, em protesto contra a proposta apresentada pelo governo durante reunião realizada na última sexta-feira (3). Insatisfeita, a categoria resolveu fechar a Ponte Juscelino Kubitschek (metálica), e ameaça fechar também a Ponte Coronel Seba...

Em greve desde o dia 17 de junho, os trabalhadores da Educação do Acre fizeram um ato em frente ao Palácio Rio Branco, no Centro da capital, em protesto contra a proposta apresentada pelo governo durante reunião realizada na última sexta-feira (3). Insatisfeita, a categoria resolveu fechar a Ponte Juscelino Kubitschek (metálica), e ameaça fechar também a Ponte Coronel Sebastião Dantas (concreto).

De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), Rosana Nascimento, o movimento na capital acreana está fortalecido, mesmo com alguns trabalhadores resistindo em aderir à greve.

"A nossa pretensão é fechar as duas pontes, vamos ver se vai dar certo. Com o movimento em Rio Branco, além de brigar com o próprio patrão, estamos enfrentando a categoria que em algumas escolas não quer vir para a greve. Esses trabalhadores são obedientes aos gestores e à Secretaria de Educação", disse.

Rosana falou ainda que na última reunião, realizada na sexta-feira (3), o governo não apresentou nenhuma proposta e afirmou não ter orçamento para atender as exigências da categoria. Na última reunião, eles não levaram nada, nenhuma previsão orçamentária. Não nos explicaram nem como é posta a receita total do estado. Os estudos que eles fazem não são reais, são maquiados. Em alguns percentuais mostram uma queda de R$ 32 milhões, mas nós fizemos o cálculo e identificamos que o que eles apresentam é um exagero", afirmou a sindicalista.

O profesor de educação física, Lucas Brando, disse que os professores que não aderiram ao movimento podem estar sendo pressionados. "Nós estamos recebendo denúncias de ameaças, que provavelmente estariam vindo de gestores, mas não podemos afirmar. A suspeita é que diante de tantas ameaças os professores estariam com medo de aderir à greve. Nós vamos voltar para as escolas para chamar esses profissionais", argumentou.

De acordo com a Secretaria de Estado de Educação (SEE), por meio da assessoria de comunicação, as negociações entre o governo e o comando de greve continuam e ainda estão em andamento para que se possa chegar em um acordo bom para ambas as partes. Ainda de acordo com a SEE, representantes do governo vão se reunir com a categoria ainda nesta segunda-feira (6) para dialogar sobre o fim do movimento grevista.

Greve da Educação no Acre

Desde o dia 17 de junho, professores e funcionários de escolas, vinculados ao Sinteac, decidiram entrar em greve no Acre. Os educadores ligados ao Sindicato dos Professores da Rede Pública de Ensino do Estado do Acre (SinproAcre) aderiram à paralisação no último dia 19.

A categoria, como um todo, reivindica 25% de reajuste salarial, pagamento do Programa de Valorização Profissional (VDP) e do piso nacional para os outros servidores de escola. Além disso, quer o aumento de 20% sobre o piso e realização de concurso público para cargos efetivos.

No dia 22 de junho, o governo do Acre divulgou em nota que sempre esteve aberto a negociações com os servidores grevistas. Afirmou também que, apesar dos efeitos da crise econômica, sempre manteve os compromissos assumidos com a categoria.

Ao G1, a SEE chegou a dizer que a greve dos servidores estava afetando apenas 25 escolas de Rio Branco, 22% do quantitativo total de instituições. Dado rebatido pela sindicalista, que afirma que esse número é bem maior.

"Essa história de dizer que só 25 escolas estão em greve é mentira. Já temos 54 instituições de ensino paradas. Eles sempre vão dizer que as escolas estão trabalhando para enfraquecer o movimento. Além disso, todos os municípios, com exceção de Santa Rosa do Purus e Jordão, estão em greve.

(Portal G1, 06/07/2015)