Escrito por: SINTEAM

[AM] Sinteam pede fiscalização por falta de merenda nas escolas

Alunos da Escola Estadual Dorval Porto, no bairro Crespo, zona Sul de Manaus, foram liberados mais cedo na manhã de ontem, quinta-feira (30), por falta de merenda escolar. A situação, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam), tem se repetido em diversas escolas da capital e também do interior.

De acordo com relatos recebidos dos trabalhadores, a merenda chega, mas em quantidade insuficiente. A proteína quase não é vista nas unidades de ensino. “Em várias escolas estão servindo apenas suco puro ou mingau. Em algumas, nem açúcar tem para adoçar o mingau”, afirmou a presidenta do Sinteam, Ana Cristina Rodrigues.

Segundo informações vindas do interior, o recurso destinado à alimentação escolar só cobre cerca de 150 dias letivos, enquanto o calendário escolar prevê 200 dias.

O sindicato encaminhou a denúncia ao Conselho Estadual de Alimentação Escolar (CAE), cobrando fiscalização imediata da situação.

Dados oficiais reforçam a incoerência
De acordo com o Portal da Transparência, entre janeiro e outubro de 2025, foram repassados ao Estado do Amazonas R$ 53.522.390,00 para custear a merenda escolar dos alunos da rede estadual.

O valor é maior que o registrado em 2023, quando o mesmo período somou R$ 48.018.890,72, e semelhante a 2024, que totalizou R$ 53.023.896,00.

“Houve um aumento de mais de R$ 5,5 milhões em relação a 2023. Então precisamos entender por que está faltando merenda. E não dá pra culpar a logística, porque também está faltando nas escolas da capital. Qual é a desculpa?”, questionou Ana Cristina.

Para o Sinteam, o problema revela falta de gestão e de prioridade com a educação pública. “É inadmissível que falte comida na escola. A alimentação escolar é um direito garantido por lei e uma condição básica para o aprendizado”, reforçou a presidenta.

O sindicato segue monitorando as denúncias e cobrando providências dos órgãos de controle para garantir que o recurso da alimentação escolar chegue, de fato, aos alunos que mais precisam.