Escrito por: CNTE

Carta de Brasília reforça luta global por democracia e valorização docente

Documento da CNTE denuncia ataques antidemocráticos. Segundo painel do III Encontro Regional pela Educação abordou desafios e ideias para o amanhã

A defesa da democracia, a valorização dos/as educadores e a urgência de mais investimentos em educação marcaram os debates do painel Frente Nacional e Internacional de Lutas, realizado no III Encontro Regional pela Educação Pública. O evento, que reuniu educadores do Brasil e do exterior, terminou com a leitura da Carta de Brasília, documento que sintetiza compromissos da categoria diante dos desafios atuais.

Tecnologia e condições de trabalho

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, destacou que a luta por melhores condições estruturais deve caminhar junto ao debate sobre tecnologia.

“Quem mora em regiões quentes sabe o que é estar numa sala de aula sem ar condicionado. O investimento tem que existir e chegar a todos. O mesmo vale para a inteligência artificial, que não pode substituir nossa profissão, mas somar sem excluir ninguém”, afirmou.

Crise global de professores

A presidenta da Internacional da Educação para América Latina (IEAL), Sonia Alesso, alertou para a grave escassez de docentes. “No mundo faltam mais de 44 milhões de professores. Temos menos pessoas estudando para ingressar na carreira. Precisamos recuperar o prestígio da nossa profissão e discutir o uso da tecnologia de forma crítica”, disse.

Renato Braga

Direitos e valorização

O coordenador-geral da Contee, Railton Nascimento Souza, reforçou que a educação pública deve ser gratuita, inclusiva e socialmente referenciada. Ele defendeu a valorização salarial, a formação acadêmica e o reconhecimento da carreira dos técnicos-administrativos.

Já o presidente da Proifes, Francisco Wellington Duarte, defendeu a unificação da luta: “Ainda temos contratos e direitos como se estivéssemos nos anos 1980. Precisamos avançar e exigir do governo políticas públicas efetivas para direitos humanos, educação e trabalho”.

Organização e mobilização

Para o representante da IEAL, Combertty Rodriguez, a categoria deve transformar debate em ação organizada. “Não é apenas refletir, mas construir propostas coletivas e aplicáveis à realidade que vivemos”, reforçou.

Carta de Brasília

Encerrando o painel, Heleno Araújo leu a Carta de Brasília, aprovada no Seminário Internacional da CNTE. O documento denuncia os impactos do neoliberalismo, reafirma a defesa da soberania e da democracia no Brasil e no mundo, e condena ataques antidemocráticos — incluindo os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e seus responsáveis.

A Carta também:


O texto conclui com uma posição firme: “Não à anistia de Jair Bolsonaro e de todos os golpistas do 8 de janeiro de 2023.”

LEIA AQUI A Carta de Brasília.