Escrito por: Redação CNTE

CNTE pauta os direitos da mulher no Congresso Mundial da IE

Sediado em Buenos Aires, Argentina, o evento encerra nesta sexta-feira, 2 de agosto

Internacional da Educação

A preocupação com a saúde mental dos trabalhadores em educação e as ameaças aos direitos das mulheres pautaram as declarações de representantes da CNTE no 10º Congresso Mundial da Internacional da Educação (IE).

Nesta quinta-feira, 1º de agosto, penúltimo dia de Congresso, a secretária-Geral da Confederação, Fátima Silva, chamou a atenção para os ataques de políticos extremistas contra os direitos das mulheres no trabalho, nos espaços e sobre seus próprios corpos. 

“Estão esparramados em todos os continentes e atacam a todos, ao estado de direito, e ainda mais às mulheres. Querem nos mandar de volta para os espaços privados quando nós mulheres conquistamos o espaço público. Querem atacar o pouco do direito sexual reprodutivo que conquistamos no estado. Não querem nos dar o direito ao nosso corpo”, lamenta Fátima.

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“É esse mesmo extremismo que quer tirar o direito das mulheres de ter salários iguais aos de homens que desempenham os mesmos trabalhos. E será contra eles que as mulheres e homens de bem irão resistir, para derrotá-los na política e devolver o estado de bem para todo o povo, por meio da democracia representativa do voto, os derrotando nas ideias, com construção coletiva e solidária”, completa.

Saúde mental dos educadores

Outro tema destacado no Congresso da IE foi a saúde dos trabalhadores da educação como prioridade para alcançar uma educação de qualidade. 

Presente na cerimônia com a comitiva da CNTE, a secretária de Finanças, Rosilene Corrêa, alertou sobre o adoecimento mental dos trabalhadores/as em educação.

“Estamos assistindo uma categoria em processo de adoecimento mental que, às vezes, chega até a comprometer a vida dessas pessoas. Tal situação se dá devido ao acúmulo de fatores que passam pelos baixos salários, ocasionando endividamentos, jornada de trabalho muito pesada e ataques à nossa autonomia pedagógica”, disse.

Internacional da Educação

“O quadro nos chama atenção e precisamos ter como uma das prioridades em nossas negociações a cobrança por políticas de cuidados com nossa saúde”, reforçou a dirigente.

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Engajamento dos mais jovens

O Congresso também discutiu a participação de educadores jovens e de mulheres para as organizações sindicais defensoras da educação. 

Segundo a IE, frente à evolução dos cenários educativos e às necessidades em se ter uma representação sólida, as organizações sindicais estão liderando um movimento dinâmico para firmar suas influências e aumentar o número de membros engajados nas lutas. 

Durante o painel "Organizar para o Poder", as representações sindicais foram reunidas para deliberar estratégias não só para retenção, mas também para atrair mais filiados. "Como uma organização de organizações, a IE é tão forte quanto os seus membros. Quanto mais fortes os membros da IE forem, mais forte será a federação será", ressaltou Manuela Mendonça, da Federação Nacional dos Professores Portugueses (FENPROF) e membro do Conselho Executivo da IE para a Europa.

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Considerando que o maior número de membros filiados nos sindicatos também significa um êxito para o diálogo social, Manuela reforçou que, "se quisermos crescer, temos de ter um plano para manter os membros no sindicato e mantê-los ativos. Atrair novos membros e encorajá-los a tornarem-se ativos exige esforços permanentes. Não podemos continuar esperando que os professores filiem-se aos sindicatos sem os convencer de que isso os ajudará diretamente - individualmente - ou indiretamente - enquanto parte da profissão docente."

"Isto significa um esforço permanente para sermos inclusivos, transparentes, democráticos, para comunicarmos eficazmente, para cuidarmos dos membros representantes e para prestarmos contas", reforçou.

Para a Internacional da Educação, "a força de um sindicato é diretamente proporcional à dimensão dos seus membros, o que, por sua vez, aumenta a sua capacidade de diálogo social e político eficaz com os empregadores, conduzindo a resultados favoráveis para a profissão". Um sindicato com um bom número de filiados têm maior autonomia e capacidade para elaborar estratégias a longo prazo."