Escrito por: CNTE
Evento na Câmara dos Deputados também discutiu cortes na educação pública
Foto: Rafael Barroso/Liderança da Minoria
Realizado na manhã desta terça (14), em Brasília, o seminário “O impacto social da política de preços dos combustíveis” debateu o Projeto de Lei Complementar (PLP) 18/2022 - que fixa teto de 17% do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e serviços de telecomunicações e de transporte público – e está tramitando no Congresso Nacional. O evento foi organizado pela Liderança da Minoria da Câmara e pela Frente Parlamentar em Defesa da Escola Pública e em Respeito ao Profissional da Educação, na Câmara dos Deputados.
A secretária de combate ao racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Iêda Leal, participou do encontro e reforçou: "Nós somos contrários a retirada de bilhões da educação e da saúde. Foi mostrado aqui que outros caminhos existem [para reduzir o valor do combustível]; taxação de grandes fortunas e outros mecanismos que nesse momento podem ser adotados para salvar o Brasil".
>> LEIA A NOTA PÚBLICA DA CNTE SOBRE O PLP 18/2022
Para Iêda Leal é necessário alertar prefeitos e governadores: “Nós iremos sangrar até a morte porque a educação não terá condições de sobreviver [...]. Corremos o risco de calote nos salários e temos que mostrar para o país, prefeitos e governadores, que ao reduzir o ICMS eles vão esmagar a saúde a educação e outras políticas", reiterou.
Sobre tramitação do PLP 18/2022
O plenário do Senado aprovou na noite dessa segunda-feira (13), com 45 votos contra 26, a Emenda 55, do senador Eduardo Braga (MDB-AM), para garantir a compensação de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), já que boa parte dos recursos do fundo vêm do ICMS.
Para a professora e deputada federal por Mato Grosso, Rosa Neide (PT), é imprescindível a articulação para a aprovação da emenda na Câmara dos Deputados. "O Senado aprovou mudança para manter repasses ao Fundeb nos patamares atuais. Não podemos retroceder. Estarei na articulação para que essa emenda seja aprovada na Câmara. É importante a mobilização de todos os profissionais da educação do país!", assegurou.
“Esta medida eleitoreira não vai resolver os problemas de preço dos combustíveis, pode até diminuir um pouco em dois, três meses, mas os preços dos combustíveis no Brasil estão ligados diretamente ao Preço de Paridade Internacional (PPI). E é isso que tem que mudar”, afirma Roberto Leão, presidente em exercício da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Ele reforça que o anúncio não tem nenhuma sustentação de finanças públicas ou normas orçamentárias e, ainda, joga um problema para a frente, já que a redução dos impostos vale apenas até o fim deste ano, depois das eleições.
Iêda Leal também criticou os cortes na educação e a tentativa de cobrança de mensalidade nas universidades públicas, temas que também foram debatidos no seminário.
2022 06 14 ok ocupa brasilia
Agenda de lutas
Na tarde desta terça-feira estão previstas outras atividades em Brasília em defesa da educação pública. Trabalhadoras, trabalhadores da educação e estudantes realizam o OCUPA Brasília, em defesa da educação e contra os cortes de R$ 3,23 bilhões do orçamento do Ministério da Educação (MEC) de 2022, o que representa 14% do orçamento das universidades e institutos federais do Brasil. Além dos constantes ataques, o ato também abordará temas como a recomposição inflacionária, contra a PEC 206 (que institui a cobrança de mensalidades nas IFE); a revogação da Emenda Constitucional 95 (Teto de Gastos); contra as privatizações, entre outros. A pauta unificada da educação federal será entregue ao MEC.