Escrito por: CNTE
Com Bolsonaro, ocorreram gravíssimas violações de direitos humanos
Foto: © Wilson Dias/Agência Brasil
No Dia Internacional dos Direitos Humanos, celebrado neste sábado (10), movimentos sociais, de mulheres e negro buscam respostas para uma sociedade mais justa para enfrentar a desigualdade de gênero, sem racismo, LGBTQIA+fobia e soluções para crises humanitárias. A data encerra os 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher no Brasil, que começou no dia 20 do mês passado.
Durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL) cresceu no país os casos de racismo, LGBTQIA+fobia e o feminicídio, povos indígenas também foram vítimas de ataques contra seus direitos, tiveram suas terras invadidas pelo agronegócio e pela mineração ilegal e lideranças foram perseguidas, agredidas e assassinadas.
Virgínia Berriel, representante do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) e diretora executiva da Central Única dos Trabalhadores (CUT), denuncia a situação de constantes e gravíssimas violações de direitos humanos no Brasil nestes últimos anos e reafirma a importância do CNDH.
“No período que a ministra que lá esteve e que mentia, chamada Damares Alves, foi um desastre total. Não se defendiam os direitos humanos. Éramos nós que defendíamos, mesmo com toda a sabotagem que o ministério fez com a gente. Não foi fácil”, revela.
Um caso que revoltou o mundo e chamou atenção da imprensa internacional e de órgãos que defendem os direitos humanos foram as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, assassinados na região amazônica do Vale do Javari, em julho deste ano.
Somado ao encarceramento em massa da população mais pobre e negra, os casos de racismo estrutural e da morte de jovens negros moradores da periferia de várias cidades aumentaram no país.
Os assassinatos de pessoas LGBTI+ também cresceram. Em todo o Brasil, 316 pessoas gays, lésbicas, travestis e transexuais foram mortas no ano passado contra 237 em 2020. Em São Paulo, esse aumento foi de 44% em SP, segundo relatório do Dossiê Mortes e Violências contra LGBTQIA+.
Na opinião de Jandyra Uehara, secretária nacional de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT, o Brasil é um país que desrespeita os direitos humanos fundamentais e contribui para aprofundar as desigualdades sociais e o racismo estrutural.
“Desde o golpe de 2016, especialmente a partir de 2019, as violações econômicas, sociais, culturais e ambientais, principalmente em relação às mulheres, a população LGBTQI+, aos negros e negras pioraram no Brasil. O atual governo foi conivente e estimulou todo tipo de violência, preconceito e o armamento da população”.
Encerramento dos 21 dias de ativismo no dia 10 de dezembro
O Dia Internacional dos Direitos Humanos é comemorado, desde o ano de 1950, em 10 de dezembro. Na data, celebra-se a oficialização da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela Organização das Nações Unidas (ONU), fato que ocorreu em 1948.
Em todo o mundo, diversas entidades relacionadas com os Direitos Humanos promovem eventos culturais, passeatas, manifestações populares e exposições com a finalidade de informar os cidadãos a respeito da necessidade da garantia dos direitos fundamentais contidos na Declaração Universal.
Nesta data, 10 de dezembro, se encerra a campanha mundial das Organizações das Nações Unidas (ONU) que visa dar visibilidade ao permanente combate à violência contra as mulheres. A mobilização “21 dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher” teve início no dia da Consciência Negra, dia 20 de novembro.
“Esses 21 dias foram importantes porque esse movimento passa a dar visibilidade à sociedade brasileira para a luta das mulheres, inclusive com a luta dos homens contra essa violência, e é um fator importante porque não é só luta das mulheres, mas da população, dos homens também”, finaliza Berê D'Arc, secretária de relações de gênero da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).
>> Saiba mais: Campanha 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher já começou e vai até 10 de dezembro