Escrito por: CNTE
Vereador chegou a ir à escola da professora para constrangê-la em seu local de trabalho
Foto: Vanuza Lopes/Sindute
A característica mais explícita do machismo vil que ainda temos que conviver em pleno ano de 2022 se refere às ações de homens que assumem posturas agressivas e violentas somente contra mulheres, sem ter a mesma conduta se seu interlocutor fosse um homem. É isso que se pode depreender da postura misógina que teve o Vereador Ney Professor (PTC), da cidade de Ipatinga, município mineiro do Vale do Rio Doce.
Em uma manifestação sindical em frente à Câmara Municipal da cidade, no último dia 08 de março, a professora Flávia Ferreira Santos fez postagens do ato em suas redes sociais, marcando o referido vereador como, inclusive, Presidente da Comissão de Educação da Câmara. O objetivo era tão somente fazer a pressão junto aos representantes políticos do município. Pouco afeto às manifestações e pressões populares, o vereador, filiado ao Partido Trabalhista Cristão (PTC), se arvorou ao direito de responder pessoalmente a professora com agressividade e insinuações à sua condição de mulher e, se não bastasse, foi posteriormente à escola da professora para constrangê-la em seu local de trabalho.
É claro que o vereador não teria essa postura se o manifestante fosse um homem. Ele faz isso porque se sentiu rebaixado em ser questionado, como homem púbico que é, por uma mulher. Essa é a conduta já tipificada dos machistas que ainda persistem em existir em nosso tempo.
O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), a qual a professora Flávia mantém filiação, já acionou judicialmente o vereador a fim de que a Câmara Municipal abra imediatamente um procedimento interno de apuração da conduta do referido vereador. Trata-se, claramente, de uma postura afrontosa ao decoro de um representante eleito do município.
Os/as educadores/as de todo o país se somam às ações tomadas pelo Sind-UTE/MG e repudiam com vigor a ação do vereador, colocando-se em parceria com quaisquer ações judiciais que venham a ser acionadas em Brasília. Estamos à disposição para qualquer eventual auxílio jurídico de nosso escritório e, de perto, acompanhando os desdobramentos que a Câmara Municipal de Ipatinga irá tomar frente às ações machistas, misóginas e persecutórias perpetradas contra a professora Flávia, com quem nos solidarizamos.
Brasília, 27 de abril de 2022
Direção Executiva da CNTE