Escrito por: CNTE
Foto: Reprodução/BancodeimagensCanva
A chegada ao poder nas últimas eleições em 2023do ultraliberal Javier Milei no país vizinho e irmão Argentina já indicava a tragédia de proporções dantescas para o país e para toda a região.
A cartilha neoliberal e de ataques aos direitos sociais de seu povo, já anunciadas em sua campanha, não demorou muito para chegar: com o anúncio logo no começo de seu governo de demitir mais de 45 mil funcionários/as públicos/as, medida bloqueada pela Justiça do país, as medidas econômicas tomadas pelo governo, e com uma inflação anual de fundo de mais de 200%, deixaram a situação em estado de calamidade pública, sendo autorizado até o pagamento via bitcoin (moeda eletrônica) e por meio de escambo de produtos.
Assim, os/as trabalhadores/as argentinos/as passaram a poder receber seus salários em "equivalentes" de carne de boi, leite, moeda eletrônica ou literalmente qualquer outra coisa que valha dinheiro.
Se não bastasse esse retrocesso sem precedentes em qualquer economia latino-americana, o governo de Milei ainda propõe uma Reforma Trabalhista que retira direitos consagrados e ataca todo o arcabouço de proteção social do país. Uma verdadeira terra arrasada! Convocada pela Confederação Geral de Trabalhadores (CGT), pela Confederação Sindical de Trabalhadores das Américas (CTA autônoma) e pela Central de Trabalhadores e Trabalhadoras da Argentina (CTA dos Trabalhadores), a Greve Geral de amanhã se anuncia como uma reação legítima de todo o povo argentino.
Por muito menos, vários presidentes do país já caíram. E a ameaça da Ministra de Segurança em reprimir as manifestações, criando até canais de denúncias dos patrões contra os/as trabalhadores/as que aderirem à greve, só dará ainda mais ímpeto à luta do povo argentino.
Desde o Brasil, as centrais sindicais já se solidarizam com a luta do povo irmão e, do lado dos/as educadores/as brasileiros/as, parceiros/as de tantas lutas há anos empreendidas de forma continental, não poderíamos ficar omissos na obrigação dessa solidariedade internacional. Todo apoio à luta dos/as trabalhadores/as argentinos/as, que também é nossa luta! Esses/as governantes que insistem em atravancar o caminho da emancipação humana entrarão para a lata de lixo da história! Fora Milei e todas as suas medidas neoliberais e de ataque aos nossos direitos!
Brasília, 23 de janeiro de 2024
Direção Executiva da CNTE