Escrito por: CNTE

Educadores brasileiros se solidarizam com o conjunto dos trabalhadores sem-terra de Pernambuco

Direção estadual do MST de Pernambuco mais uma vez, são alvos da violência política perpetrada contra o Centro de Formação Paulo Freire



Foto: Divulgação MST

 

O povo brasileiro escolheu nas últimas eleições a opção de viver a paz que os últimos 4 anos de governo Bolsonaro não trouxe. Ao contrário do ambiente político forjado e fomentado pelo quase ex-presidente, a maioria do povo do nosso país optou pelo fim do discurso de ódio que, no limite, nos leva a ações de violência propagadas por grupos minoritários que semeiam a discórdia e o golpismo no Brasil.

Na noite do último dia 12 (sábado), um grupo de seguidores do Presidente Bolsonaro, que estava em uma festa de vaquejada perto do Centro de Formação Paulo Freire do MST, no assentamento Normandia em Caruaru, cidade do agreste pernambucano, invadiu de madrugada o espaço usado para formação política dos militantes sem-terra no Estado. Lá dentro, picharam o espaço com suásticas e o nome do presidente, chegando ao extremo de atear fogo na casa da coordenadora do centro. Por sorte, ninguém se feriu e, alertados de longe pelos sinais do fogo, alguns militantes conseguiram debelar o incêndio, não sem antes da destruição quase total do local.

Não é a primeira vez que o Centro de Formação Paulo Freire é atacado. Ainda no ano de 2019, primeiro ano do desgoverno Bolsonaro, tentaram a todo custo interditar o local, ação que só não obteve êxito por causa da mobilização e clamor nacional que se formou em torno de uma rede de solidariedade em todo o país. É incrível como o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), um movimento campesino de agricultores pobres e vilipendiados durante séculos no Brasil, pode ser alvo, não somente nos dias de hoje, de campanhas de ódio tão sistemáticas e recorrentes de setores de nossas elites!

Mas nunca calarão as vozes dos oprimidos desta terra! Toda solidariedade das educadoras e educadores do Brasil que, unidos/as em uma só corrente com os sem-terra
pernambucanos/as, clamam por justiça e reforma agrária ao nosso povo!

Brasília, 14 de novembro de 2022
Direção Executiva da CNTE