Escrito por: CNTE

Encontro Regional sobre Educação Pública e Povos Indígenas reúne delegações sindicais latinoamericanas 

CNTE está na capital do Panamá, representando o Brasil no evento

Foto: Ieal

Na semana em que se celebra o Dia Internacional da Mulher Indígena, em 5 de setembro, trabalhadores e trabalhadoras de educação indígena de entidades ligadas à Internacional da Educação para a América Latina (Ieal) se reúnem na Cidade do Panamá para o X Encontro Regional sobre Educação Pública e Povos Indígenas. 

Promovido pela Ieal, o evento acontece de 4 a 6 de setembro  de 2023 na capital do Panamá. Fátima Silva, secretária Geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação, está no encontro representando a CNTE. 

Ao dar boas-vindas aos participantes, o coordenador principal do Escritório Regional da Ieal, Combertty Rodríguez, explicou que o objetivo é que as organizações sindicais de educação possam articular “corretamente” com as populações indígenas. “Temos um objetivo com esta atividade:  que haja uma relação dinâmica entre a organização sindical e as populações indígenas”, afirmou. 

Rodríguez lembrou as organizações sindicais sobre a importância de interpretar as diversas necessidades dos povos indígenas e, especialmente, dos educadores indígenas, incorporando as demandas na agenda e nas políticas dos sindicatos da educação.

Mensagens brasileiras

Duas trabalhadoras da educação indígenas do Brasil compartilharam suas experiências no evento: Edinalva da Silva Mendes, representando o povo Tupinambá, do litoral da Bahia; e Janina dos Santos Fortes, da Universidade Federal do Amapá.

"No Brasil, temos muitas mulheres indígenas formadas em nível de graduação e magistério, mas precisa de concurso público específico para as escolas indígenas", defendeu Janina.

Além disso, o presidente Lula deixou uma mensagem aos participantes do evento, refletindo sobre os problemas comuns da maioria dos povos indígenas da América Latina que lutam pelo reconhecimento de territórios ancestrais e pelo acesso à educação pública. 

“Dizemos que a educação é um direito que deve ser garantido pelo Estado, mas nos nossos países tem que ter em conta cada cultura, cada território, cada povo”, afirmou Lula. 

Mensagens panamenhas 

A Ministra da Educação do Panamá, Maruja Gorday de Villalobos, fez uma reflexão sobre a situação da educação pública panamenha. 

“Depois da pandemia, quando falamos de educação, falamos de dignidade, de valor humano, de colmatar lacunas que ficaram mais expostas depois da pandemia, falamos de paridade de gênero nos ambientes políticos”, disse Maruja. 

Já o diretor nacional de Educação Intercultural Bilíngue do Ministério da Educação do Panamá, Enrique Gardel, falou sobre os modelos educativos voltados para as/aos indígenas/os. 

“Cada país deve ter o seu modelo educativo intercultural bilíngue de acordo com a sua realidade e o seu contexto. E neste evento, conhecer a experiência de cada país vai ajudar a todos/as. Queremos ter profissionais de nossas comunidades que se identifiquem com sua cultura e sua identidade”, enfatizou Enrique. 

O Encontro apresentou um vídeo dos Encontros Regionais realizados anteriormente, desde o Encontro Indígena de Antígua, Guatemala, em 2009, até o nono encontro em Assunção, Paraguai. Assista aqui.

Houve, ainda, uma explanação do Observatório Latino-Americano de Políticas Educacionais (OLPE) sobre a política educacional da América Latina e suas implicações para as populações indígenas. 

Participantes

O X Encontro de Educação Pública e Povos Indígenas conta com a participação de delegações dos Professores Unidos do Panamá (MPU), da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação do Brasil (CNTE), da Confederação Nacional dos Professores de Educação Rural da Bolívia (COMERB), da Confederação dos Trabalhadores da Educação Urbana da Bolívia (CTEUB), da Associação Nacional de Educadores e Educadores da Costa Rica (ANDE), do Sindicato dos Trabalhadores da Educação da Costa Rica (SEC), do Sindicato dos Trabalhadores da Educação da Guatemala (STEG), da Escola Profissional de Formação de Professores de Honduras (COLPROSUMAH), da Organização dos Trabalhadores da Educação do Paraguai - Auténtica (OTEP-A) e do Sindicato Unitário dos Trabalhadores da Educação do Peru (SUTEP).

Os Encontros sobre Educação Pública e Povos Indígenas são realizados com o apoio das organizações irmãs afiliadas à Education International (IE) da Suécia e da Noruega: Sveriges Lärare e Utdannings Forbundet.

Com informações do site da Ieal