Escrito por: CNTE

Mais de 40% das escolas estaduais gaúchas foram afetadas por enchentes; Coordenadoria Regional de Educação avalia retorno gradu...

Segundo avalia o presidente da CNTE, Heleno Araújo, o momento de retomada das atividades necessita cautela e empatia com as pessoas atingidas pela catástrofe climática

Dados atualizados pela Secretaria de Educação (Seduc) do Rio Grande do Sul, no último sábado (11), contabilizaram cerca de 1044 escolas, em 243 municípios, afetadas de alguma forma pelas enchentes que castigam o estado. O número representa mais de 40% do total de escolas da rede estadual. Em relação à infraestrutura, 530 instituições de ensino foram danificadas pelas águas. 

Apesar dos estragos, a Coordenadoria Regional de Educação (CRE) segue avaliando a retomada gradual das atividades nas escolas, focada em acolher estudantes e trabalhadores/as da educação. Dos 358 mil estudantes afetados, 149 mil já retornaram às aulas. Somados aos que não foram impactados pelas chuvas, 533 mil alunos já voltaram às escolas.

“As aulas, nos lugares que possuem condições, já retornaram. Ainda temos muitas escolas servindo de abrigos e outras que foram avariadas pela enchente. Muitos professores/as e funcionários/as também estão em abrigos ou fora de suas casas”, relata a presidenta do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS), Helenir Aguiar Schürer.

Segundo ela, o sindicato tem se dedicado em um levantamento com cada um dos seus núcleos para mensurar a realidade da educação no estado.

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Panorama nas regiões

De acordo com a Sedec, em locais menos atingidos pelas tempestades, foi possível retomar as atividades pedagógicas ainda na semana passada (7/5). A partir desta segunda-feira (13), escolas dos municípios abrangidos pelas CREs de São Leopoldo, Guaíba e Cachoeira do Sul iniciaram o retorno gradual no acolhimento dos estudantes. 

Nas três regiões, não foram identificadas avarias na infraestrutura das escolas. Além disso, o abastecimento de água e energia elétrica tem permitido o atendimento de 38 mil alunos. Apenas em São Leopoldo, 64 escolas voltaram às atividades, permitindo o retorno de 22.610 alunos nas instituições de ensino dos seguintes municípios:

Alto Feliz; Araricá; Barão; Bom Princípio; Campo Bom; Capela Santana; Dois irmãos; Igrejinha; Linha Nova; Montenegro; Nova Hartz; Novo Hamburgo; Pareci Novo; Parobé; Poço de Antas; Portão; Salvador do Sul; São José do Sul; São Leopoldo; São Sebastião do Caí; São Vendelino; Sapiranga; Taquara e Tupandi.

31 escolas de Guaíba voltaram a funcionar para cerca de 11.193 alunos dos municípios de Butiá; Camaquã; Cerro Grande do Sul; Chuvisca; Dom Feliciano; Guaíba; Minas do Leão; Sentinela do Sul e Sertão Santana.

Em Cachoeira do Sul, 16 escolas nos municípios de Agudo; Arroio do Tigre; Cachoeira do Sul; Estrela Velha; Paraíso do Sul; Restinga Seca e Segredo, retomaram as atividades para cerca de 4,5 mil estudantes.

Cautela

Segundo avalia o presidente da CNTE, Heleno Araújo, o momento e as condições climáticas ainda exigem que a retomada das atividades pedagógicas nas escolas cuidem e respeitem o momento das pessoas que foram afetadas.

“Os relatos das companheiras e companheiros do Rio Grande do Sul revelam a continuidade da situação difícil que estes estão passando. As chuvas ainda caem na região e as temperaturas estão baixando, complicando mais a situação”, lamenta. 

“O número de pessoas afetadas é muito grande, e envolve nossos estudantes, os/as profissionais da educação e seus familiares. O retorno às aulas deve cuidar e respeitar o momento dessas pessoas”, ele reitera.

Em Pelotas e Rio Grande, a possibilidade de retomada segue sob avaliação. Já em Porto Alegre, uma das áreas mais afetadas, não há previsão de retorno. 

“Os que não foram afetados pelas enchentes precisam compreender a situação daqueles que foram, evitando a exigência obrigatória de retorno às aulas para aquelas pessoas as quais a cabeça, no momento, está voltada sobre o que fazer e como fazer para cuidar da sua vida e de seus familiares. É preciso muito diálogo para decidir o melhor caminho a percorrer sobre o retorno das aulas, considerando que o nível da água dos rios continuam subindo”, avalia Heleno.

Campanha SOS RS

A CNTE, em parceria com o Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS), está arrecadando fundos para doação às vítimas atingidas pelas últimas inundações no Rio Grande do Sul. 

As doações podem ser feitas, em qualquer quantia, via PIX ou transferência bancária tradicional, via TED, para a conta corrente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação. Veja os dados:

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