Escrito por: Redação Sindiute-MG

[MG] Sind-UTE defende piso de R$ 4.867,77 como mínimo para o Magistério

“Desvalorização profissional e achatamento salarial em MG chegam ao limite do absurdo”, denuncia Sindicato

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BH - Os trabalhadores em educação de Minas Gerais sofreram um achatamento salarial que este ano chega a R$ 2.092,95, se comparada a diferença entre os valores do Piso Salarial Nacional e os salários efetivamente praticados pelo governo de Minas. Desde 2019, o Piso Salarial Nacional cresceu R$ 2.310,03, representando um aumento de 90,32%, enquanto o reajuste aplicado pelo governo mineiro foi de apenas 39,96% desse valor, o que representa R$ 792,28.

“O Governo Zema, nos últimos sete anos, achatou o salário e com o argumento da proporcionalidade, isto é, o pagamento de apenas parte do Piso referente às 24 horas semanais e não o valor integral das 40 horas, transformou o Piso em teto. Ao ignorar o Piso Nacional, o governo não apenas congelou os salários, mas reduziu o poder de compra da categoria, transformando o trabalho docente em uma atividade cada vez mais precarizada. A desvalorização profissional e achatamento salarial em Minas Gerais chegam ao limite do absurdo. Por isso defendemos o Piso de R$ 4.867,77 como o mínimo a ser pago ao Magistério”, afirma a diretora de Comunicação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Marcelle Amador.

NÚMEROS

Levantamento feito pelo Sind-UTE/MG revela que desde o primeiro ano do atual governo, a política de achatamento salarial sob argumento do pagamento proporcional do Piso foi paulatinamente corroendo o poder aquisitivo e a qualidade de vida dos (as) trabalhadores (as) em educação no Estado.  

Piso Nacional x Valor Praticado em Minas Gerais

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Em 2019, no primeiro ano do governo Zema o Piso Salarial Nacional era de R$ 2.557,74 e o salário pago em Minas Gerais era de R$ 1.982,54, uma diferença de R$ 575,20.

No ano seguinte na diferença subiu para R$ 903,70. O valor do Piso era R$ 2.886,24 e o salário era R$ 1.982,54.

Em 2021, o Piso era R$2.886,24 e o salário R$ R$ 2.135,64. A diferença foi de R$ 750,60.

Em 2022, o achatamento salarial da categoria chegou a R$ 1.495,26, quando o Piso era R$ 3.845,63 e o salário R$ 2.350,49.

A redução salarial continuou no ano posterior com uma diferença de R$ 1.768,25 entre o Piso de R$ 4.420,55 e o salário efetivamente pago de R$ 2.652,29.

Em 2024, a diferença se ampliou, chegando a R$ 1.805,75, enquanto o Piso subia para R$ 4.580,57 e o salário era de R$ 2.774,82.

Finalmente, em 2025, a diferença atinge o patamar de R$ 2.092,95, quando o Piso é de R$ 4.867,77 e o salário permanece em R$ 2.774,82.

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SALÁRIOS E CUSTO DE VIDA

Se o Piso Salarial Nacional fosse pago integralmente no valor previsto para este ano, R$ 4.867,77, ainda assim os (as) trabalhadores (as) em educação teriam dificuldades para sobreviver na capital mineira, onde o valor médio do aluguel residencial em 2024 foi de R$ 38,36 por metro quadrado de um imóvel com um quarto custaria cerca de R$ 1.410. 

O custo da cesta básica, em novembro de 2024, atingiu R$ 753,90, o maior valor nominal no ano, representando o gasto médio mensal de um trabalhador adulto com alimentação, conforme pesquisa do Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de MG (Ipead) da UFMG. 

A tarifa do ônibus passou a custar R$ 5,75 a partir de 1º de janeiro de 2025, uma média de, cerca de R$ 230,00/mês com 2 passagens durante 20 dias

Ou seja, só com estes três itens, o custo de vida de uma pessoa durante o mês seria de R$ 2.383,90, colocando os (as) trabalhadores (as) em educação numa situação de absoluta desvalorização profissional e absurda precarização.