Escrito por: CNTE
Enquanto mais de seis mil trabalhadores da educação do estado estão há quase três meses sem salários, passando por dificuldades para sobreviver, o governo Mauro Mendes discursa sobre a legalidade de garantir assistência à essas famílias. Paralelamente, viabiliza, com apoio de parte da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), aumento de salários para cargos do alto esc...
Enquanto mais de seis mil trabalhadores da educação do estado estão há quase três meses sem salários, passando por dificuldades para sobreviver, o governo Mauro Mendes discursa sobre a legalidade de garantir assistência à essas famílias. Paralelamente, viabiliza, com apoio de parte da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), aumento de salários para cargos do alto escalão do executivo, e ajuda de “assistência à saúde” para todos os servidores do Ministério Público Estadual.
Para o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso a inoperância do governo, que “lava as mãos” para parte do eleitorado, é vista como ato de irresponsabilidade. “Se houvesse realmente o desejo de resolver, já teria convocado os demais órgãos envolvidos (Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público Estadual, Assembleia Legislativa) para buscar coletivamente uma solução”, argumenta o presidente do Sintep/MT, Valdeir Pereira.
A falta de compromisso do governo Mauro Mendes com o processo educacional de Mato Grosso foi outro ponto destacado pelos dirigentes sindicais. Os servidores já haviam sido selecionados para processo de ensino de 2020 e o governo os ignorou, deixando todos os que participaram da greve de 2019, desempregados. Para os dirigentes sindicais ficou evidente a retaliação a parte dos educadores. “O governo deu tratamento diferenciado entre os que estiveram em greve, lutando pelos direitos, e os que não participaram”, afirma o dirigente do Sintep/Mt e presidente da CUT-MT, Henrique Lopes.
O projeto (PL 365/2020), aprovado em primeira votação na Casa de Leis, anteciparia a data dos contratos, regulamentando o ingresso desses profissionais na folha de pagamento. Contudo, a pressão do governo na sua base parlamentar gerou um substitutivo, de autoria do governista deputado Wilson Santos. Este novo projeto, assegurara apenas aos professores interinos um auxílio de R$1,1 mil durante a pandemia. Porém, declarações do governador à imprensa já demonstram o veto ao substitutivo, alegando vícios de origem e inconstitucionalidade.
Para o Sintep/MT, o governador tenta iludir a sociedade ao afirma que quer ajudar, mas não apresenta nenhuma iniciativa para reverter a situação dessas famílias. “Ajudar seria aprovar o projeto original, criado por lideranças parlamentares”, afirma Henrique Lopes.
A atitude do governo é vista como capricho. “Uma incoerência, já que em outras situações de paralisação, os educadores que sempre cumpriram com suas responsabilidades. Lá na frente todos serão necessários. Nesse momento, a contratação poderia inclusive ser uma ajuda para o contato com os estudantes durante o período de atividades remotas”, ressalta Lopes.
(Sintep-MT, 20/05/2020)