20 de junho entra para história de Curitiba como um dia de resistência e luta em defesa de direitos. A mobilização de milhares de servidores em frente à Câmara Municipal conseguiu vencer a truculência da polícia e frustrou mais uma vez os planos de Greca e dos vereadores da bancada do tratoraço.Os vereadores da bancada do tratoraço queriam aprovar hoje o pacotaço de ajuste...
20 de junho entra para história de Curitiba como um dia de resistência e luta em defesa de direitos. A mobilização de milhares de servidores em frente à Câmara Municipal conseguiu vencer a truculência da polícia e frustrou mais uma vez os planos de Greca e dos vereadores da bancada do tratoraço.
Os vereadores da bancada do tratoraço queriam aprovar hoje o pacotaço de ajuste fiscal a qualquer custo. Com o forte policiamento ao redor da Câmara, tentavam impedir o acesso da população e aprovar os projetos às escondidas, sem sequer ouvir o legítimo protesto contrário. Apenas 20 servidores foram autorizados a entrar na Câmara Municipal antes do início da votação.
A resistência começou nos locais de trabalho. Mais de 160 escolas municipais não abriram as portas no dia de hoje em protesto contra os projetos que retiram direitos, aumentam impostos e atacam a qualidade dos serviços públicos.
Além da forte adesão à greve, a mobilização e pressão ativa dos servidores em frente à Câmara Municipal foram fundamentais para furar o bloqueio policial, ocupar o plenário onde ocorreria a votação e aumentar a pressão sobre os vereadores.
Ocupação da Câmara Municipal
Com a união de cada servidor e servidora, a luta contra o pacotaço cresceu, tomou as ruas ao redor da Câmara Municipal e se transformou em um gigante impossível de ser silenciado.
As mulheres eram maioria em nosso protesto hoje. Eram professoras, inspetoras, profissionais da saúde que deixaram seus locais de trabalho para lutar em defesa do que é justo. Mas isso não impediu que a polícia usasse cassetes e spray de pimenta para tentar impedir o acesso à Câmara Municipal. Um servidor foi detido durante o protesto, vários ficaram feridos e foram socorridos por profissionais da saúde que apoiavam nossa greve.
Todo esse movimento obrigou os vereadores a suspenderem a votação do pacotaço para a próxima segunda-feira (26). O presidente da Câmara, Serginho do Posto, e o líder do prefeito, Pier Petruzziello anunciaram o adiamento em coletiva de imprensa, logo após servidores furarem o bloqueio policial e ocuparem o plenário da Câmara.
Após assembleia, depois de mais de cinco horas de ocupação pacífica, os servidores municipais saíram da Câmara Municipal pela porta da frente. Saíram de cabeça erguida, com o orgulho de quem exerceu seu direito de entrar na casa do povo para acompanhar a votação de projetos que afetam toda a população de Curitiba. Quem deve se envergonhar é Greca e a bancada do tratoraço pelas cenas de violência e autoritarismo testemunhados hoje.
Greve continua na segunda-feira (26)
Ao final do dia, os servidores decidiram em assembleia voltar às unidades nesta semana e retomar a GREVE com gás total na próxima segunda-feira (26), data em que o pacotaço deve voltar à pauta de votação do plenário da Câmara.
O retorno aos locais de trabalho é um gesto de respeito à comunidade, em especial as mães e pais de alunos que apoiaram nossa greve até agora. A assembleia também definiu um calendário de mobilização para aumentar o apoio da população e reforçar a adesão à greve contra o pacotaço.
CALENDÁRIO DE MOBILIZAÇÃO:
Quarta, quinta e sexta (21, 22 e 23 de junho): Mobilização nos locais de trabalho, com o Comando de Greve e professoras e professores de permanência
Sexta (23 de junho): Panfletagem e assembleia com a comunidade nos locais de trabalho. Divulgação dos telefones e contato dos vereadores para os pais de alunos.
Sábado (24 de junho): Pressão na casa dos vereadores para cobrar que votem contra o pacotaço.
Segunda (26 de junho): Retomada da greve com gás total para impedir a retirada de direitos!
(Sismmac, 21/06/2017)