Escrito por: CNTE

Se quisesse, o Inep poderia realizar três provas do Enem ao mesmo tempo, com o mesmo conteúdo e grau

Os alunos que fizerem novamente a prova do Enem, por causa dos erros detectados em 2 mil ou 3 mil provas – num universo de mais de 3 milhões de provas – vão ter as mesmas oportunidades de aprovação que os demais alunos que enfrentaram o exame apenas uma vez.  Isso porque é perfeitamente possível aplicar uma nova prova de mesmo conteúdo, mas com perguntas diferentes, e de mes...

Os alunos que fizerem novamente a prova do Enem, por causa dos erros detectados em 2 mil ou 3 mil provas – num universo de mais de 3 milhões de provas – vão ter as mesmas oportunidades de aprovação que os demais alunos que enfrentaram o exame apenas uma vez.  Isso porque é perfeitamente possível aplicar uma nova prova de mesmo conteúdo, mas com perguntas diferentes, e de mesmo grau de dificuldade apresentado pela primeira prova.

E o preparo dessa nova prova pode acontecer com rapidez e segurança, já que o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão do MEC responsável pela realização do exame, possui um vasto banco de dados com diversas questões prontas – que foram elaboradas e aprovadas pelos mesmos critérios usados para as perguntas aplicadas no último final de semana.

As informações vêm do secretário geral da CNTE/CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), o professor de História Denilson Bento da Costa.

“Se quisesse, o Inep poderia realizar três provas diferentes ao mesmo tempo”, diz ele. Denílson esclarece que cada integrante do corpo de colaboradores do Inep, formado por professores universitários, prepara um grupo de questões dentro de sua especialidade, o que permite essa espécie de “reserva” de questionários.

Refletindo o que pensa a própria CNTE, o secretário geral defende a manutenção do Enem e também a preservação das outras mais de 3 milhões de provas que não apresentaram os defeitos de montagem gráfica.

E diz que os ataques contra o Enem partem do lobby das empresas de educação – escolas de ensino médio privado e cursinhos preparatórios ao vestibular.

“O Enem valoriza a escola pública e os professores que nela trabalham, à medida em que amplia as chances de os alunos terem acesso a diferentes universidades. E vai introduzindo na sala de aula do ensino médio um conteúdo pedagógico não competitivo, voltado mais à reflexão que ao objetivo de ‘vencer’ uma corrida chamada vestibular”, afirma.

O critério de igualdade de oportunidades entre candidatos que concorrem ao mesmo objetivo mas em lugares e momentos diferentes é igual ao que rege, entre outros,  concursos internacionais de proficiência em línguas estrangeiras – pessoas em diversas partes do mundo, em tempos distintos, fazendo a mesma prova com chances iguais de aprovação.

Fonte: Blog do Artur Henrique (arturcut.wordpress.com), 09/11/10