Escrito por: CNTE
Este ano, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) já começou colocando na ativa o seu quadro dos chamados inativos. Os aposentados e aposentadas da educação participaram de diversas atividades e campanhas, como o 12º Congresso do Sind-UTE/MG, que definiu as lutas da educação para 2023, em todo o estado. Entre elas, destaque para as atividades realizadas no âmbito da campanha salarial com foco no pagamento do Piso Nacional.
Já no dia 14 de junho, professoras e professores aposentados ocuparam as galerias da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), para pressionar os deputados e deputadas a votarem o Projeto de Lei 822/2023, que garante reajuste de 12,85% para todas as carreiras da educação, com paridade entre ativos e aposentados. Os trabalhadores e trabalhadoras em educação aposentados demonstram, assim, que são parte integrante e ativa da categoria, que não se conforma com a situação de descaso e precarização imposta pelo atual governo mineiro.
De igual para igual
Considerando que, na educação, as mulheres são a maioria, é necessário destacar que as aposentadas vivem uma realidade específica desta época. Elas cuidaram dos filhos e agora cuidam dos netos, muitas vezes pela falta de atendimento público para essas crianças. Com isso, continuam realizando as atividades domésticas, não tendo tempo nem condições para vivenciar outras experiências de vida, para aproveitar a aposentadoria.
É justamente por isso, que o Sind-UTE/MG vem se mantendo firme em seu posicionamento de defesa da paridade e isonomia entre servidores e servidoras, entre aposentados e da ativa, nas políticas de valorização das trabalhadoras e dos trabalhadores em educação. Além disso, o Sindicato incentiva políticas públicas pela garantia de qualidade de vida para o conjunto da população idosa brasileira, e considera fundamental a criação de núcleos regionais de aposentadas e aposentados, e a articulação entre esses coletivos, com vistas a fortalecer e unificar as ações de luta.
Inativos nunca
O Sind-UTE/MG entende que é de fundamental importância garantir a participação dos aposentados e aposentadas em espaços de formação permanente e do seu envolvimento nas lutas mais gerais, como o Seminário de Aposentadas e Aposentados, promovido pela CUT/ Minas, no dia 1º de agosto, e que contou com importante participação dos trabalhadores e trabalhadoras em Educação.
A participação desses homens e mulheres, na luta pelo direito de todos, é importante porque a população brasileira está envelhecendo em ritmo acelerado, e cada vez mais longeva. E isso exige mais e melhores políticas voltadas à saúde, à aposentadoria e à assistência social – três dimensões que integram o conceito de Seguridade Social. Mas que, infelizmente, o projeto neoliberal em curso no estado de Minas Gerais não contempla. Ao contrário, atenta contra a segurança dos atuais e futuros idosos e aposentados.
Ninguém solta a mão de ninguém
Esse modelo de governo, que tem por matriz a redução do papel do Estado, retira direitos e conquistas de trabalhadores e trabalhadoras. Com isso, os aposentados e aposentadas passam a ser as maiores vítimas, com ataques que chegam até aos direitos previdenciários e na área da saúde, pontos vitais para a sua sobrevivência.
Por isso, as professoras e professores aposentados seguem na luta, com o Sind-UTE/MG, pela garantia dos seus direitos, conquistados com muita luta, pela valorização da educação pública e dos profissionais que nela atuam. Além disso, não abrem mão dos desafios permanentes, como o atendimento digno à saúde, o acesso à habitação, e o enfrentamento a todas as formas de violência, para garantir a vida com dignidade a quem tem a sabedoria da experiência, condições para contribuir nas ações sindicais e viver plenamente.