Sobre as eleições no Brasil e em MS
Publicado: 03 Novembro, 2014 - 10h12
E na terceira via veio o Aécio Neves, projeto do PSDB ou do que costumo chamar “feudo paulista”, candidato da oligarquia, da burguesia e do capitalismo selvagem, obviamente seria a via da classe rica do país, portanto quem iria bater de frente com a Dilma. Creio, claramente, que pelo menos a nível nacional ficou explicito que o partido tucano tem dificuldades de emplacar no país, obviamente que isso é resultado do projeto e da política que defendem.
Portanto são mais quatro anos de governo petista, queiram ou não, mais de 54 milhões de brasileiros decidiram assim e assim será, com certeza, mesmo sendo do mesmo partido da nossa presidenta, espero, como cidadão brasileiro, mais educação, saúde, infraestrutura e todos aqueles pontos que já conhecemos, mas também espero mais ousadia, menos giros no vazio, digo isso, porque quero ver pontos cruciais e polêmicos, como a reforma agrária, a reforma política, tributária, judicial e a demarcação de terras indígenas, andando, se consolidando, enfim, pelo menos, acontecendo.
Em Mato Grosso do Sul o processo eleitoral confirmou algumas coisas, o favoritismo nem sempre é o caminho para a vitória, pelo menos no PT precisamos de uma oxigenação, avaliação, reflexão e reaproximação das bases, dos movimentos sociais, sindicais, da militância histórica e defender projetos de disputa de classe mesmo, que mostrem o lado que estamos e o que defendemos.
A eleição do PSDB em MS me preocupa sim, pois o projeto tucano é claro e não defende muita de nossas bandeiras de lutas sociais, exemplo disso, é que o novo governador, Reinaldo Azambuja, foi o único que não assinou o compromisso com a educação pública da FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação do Mato Grosso do Sul) que possui questões como o cumprimento do piso salarial por 20 horas, mas, como presidente da maior entidade sindical de MS, como líder sindical, responsável por mais de 25 mil trabalhadores e trabalhadoras em educação, não posso, nem serei do coro: “o quanto pior melhor”, por isso desejo o melhor para o nosso estado e para a nossa gente.
Se a maioria optou pelo PSDB tomará que essa decisão permita com que o nosso estado continue no rumo do desenvolvimento e não só o econômico, mas o da igualdade social, que seja um governo para todos, com valorização profissional, com políticas sociais, com ações voltadas para as minorias e assim por diante.
Para encerrar ressalto a necessidade da união dos trabalhadores e trabalhadoras, da população brasileira, dos movimentos sociais, para continuar estimulando as mobilizações de massas e as lutas sociais, pois o simples calendário eleitoral não representa mais possibilidades de soluções dos problemas do povo ou garantia de mais democracia e participação popular.
Por Roberto Botareli – Presidente da FETEMS