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Educadores de todo o Brasil se solidarizam com a luta travada pelos professores e funcionários de escola do Amazonas

O governo estadual de Wilson Lima impôs a retomada das aulas presenciais na sua rede pública de educação. 

Publicado: 13 Agosto, 2020 - 15h07

Escrito por: CNTE

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Foto: Eliana Nascimento/G1 AM

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação - CNTE, entidade representativa dos profissionais da educação básica do setor público brasileiro, expressa a sua mais veemente solidariedade aos/às educadores/as amazonenses e ao seu Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (SINTEAM). Diante da grave epidemia por qual passa o Estado e o país, a educação e os/as educadores/as do Estado ainda têm que lidar com a irresponsabilidade do governo estadual de Wilson Lima de impor a retomada das aulas presenciais na sua rede pública de educação.

É estarrecedor que o Estado do Amazonas seja o primeiro, e por enquanto único Estado da Federação brasileira, a retomar as aulas presenciais em suas escolas. Projetado nacionalmente durante esse período de pandemia pela abertura de valas comuns para enterrar os mortos dessa terrível doença, o Amazonas também passou um longo período de exposição nacional por ter sua rede de saúde superlotada. Um governo com absoluta falta de empatia com o seu povo não percebe o grave momento por qual passa não somente o nosso país, mas bem como todo o mundo. Definitivamente, não é o momento de retomada das aulas presenciais nas escolas brasileiras.

Se já estamos a viver com esse patamar elevadíssimo de mortes e contágio no Brasil, não podemos sequer imaginar como estariam esses números se as escolas estivessem abertas. É de conhecimento público que o espaço escolar e a própria atividade da educação guarda suas peculiaridades porque, em primeiro lugar, trata-se de espaço que naturalmente é local privilegiado para aglomerações, sendo, portanto, um espaço propício para se constituir em um local de forte vetor de contaminação. E em segundo lugar, o que termina agravando essa primeira situação, é que crianças e adolescentes são mais assintomáticos do que a média do restante da população, o que termina repercutindo como um efeito cascata na contaminação para além dos muros escolares, envolvendo, em muitos casos, mais de 40% da população de uma cidade.

A reabertura de escolas nesse momento, portanto, é uma tragédia anunciada! E diante dessa irresponsabilidade do governo do Estado do Amazonas, clamamos que o Poder Judiciário do Estado, bem como o seu Ministério Público, tomem ações emergentes para suspender a retomada decidida de forma unilateral pelo governo estadual.

Aos/às educadores/as de todo o país só nos resta prestar total solidariedade à luta dos professores/as e funcionários/as de escola da rede estadual de ensino, estes/as que já estão presenciando a morte de seus/uas companheiros/as de categoria. Muitos/as professores/as já foram vitimados/as por essa terrível doença e o governo insiste em empurrar a categoria, os estudantes e familiares à morte. Todo apoio à luta empreendida pela categoria e seu sindicato, o SINTEAM! Estamos solidários ao momento vivido por todos/as os/as companheiros/as do Estado e atentos aos desdobramentos dessa terrível situação.

Brasília, 13 de agosto de 2020

Direção Executiva da CNTE