[AL] Sinteal promove ato para negociação de direitos mas governo do estado ignora trabalhadores
“Queremos negociar, Governador!”. Esta foi a principal palavra de ordem gritada por trabalhadoras/es e lideranças da rede pública estadual em educação no ato público de luta e reivindicação realizado pelo Sinteal, pela CUT e por outros sindicatos e entidades de luta, nesta terça-feira (6/8), em frente à sede do Governo do Estado, no Centro de Maceió. Já próximo das 18h (o...
Publicado: 07 Agosto, 2019 - 10h42
Escrito por: CNTE
2019 08 07 Protesto Palácio Sinteal
“Queremos negociar, Governador!”. Esta foi a principal palavra de ordem gritada por trabalhadoras/es e lideranças da rede pública estadual em educação no ato público de luta e reivindicação realizado pelo Sinteal, pela CUT e por outros sindicatos e entidades de luta, nesta terça-feira (6/8), em frente à sede do Governo do Estado, no Centro de Maceió. Já próximo das 18h (o protesto começou às sete horas da manhã), sem arredar o pé do local, trabalhadoras/es e lideranças sindicais continuavam mobilizadas/os reivindicando uma audiência com o governador, sem respostas do chefe do Executivo ou de qualquer outro setor do governo.
Em protesto contra a falta de respostas, inclusive da parte do Gabinete Civil, que foi interpelado pelos sindicatos, a presidenta do Sinteal Consuelo Correia, em frente à entrada principal da sede do governo, exigiu “respeito da parte do governo”. “Vivemos em um estado sem educação, sem saúde e sem segurança. Quando tentamos dialogar com o governo, como no dia de hoje, ficamos sem respostas. Mas vamos repetir em alto e bom som: ‘Não aceitamos este descaso. A nossa luta vai desconstruir o ‘governo fake’ que existe em Alagoas. Há vinte e dois anos [1997] fizemos uma luta histórica e grandiosa. Se for o caso, vamos repetir essa história. Nós não vamos recuar”.
A Presidente da Sinteal criticou ainda uma viagem recente feita pelo governador à China ao mesmo tempo em que se recusa negociar com os trabalhadores locais. “A educação merece respeito e queremos negociação, senhor governador. Afinal de contas, o próprio governador e sua comitiva pegaram recentemente um avião e viajaram mais de quinze mil quilômetros até a China para fazer o quê? Ora, para negociar com empresários chineses. E se esta viagem à China foi uma ‘questão de Estado’, a negociação com os trabalhadores da educação e seu sindicato é também outra ‘questão de Estado’. E nós estamos bem mais perto que a China, querendo negociar as reivindicações e os direitos da nossa categoria”, disse a presidenta do Sinteal.
Já a presidenta da Central Única dos Trabalhadores em Alagoas (CUT/AL), Rilda Alves, lembrou ao governador que “para construir um estado forte temos que fazer isto juntos: governo, servidores e sociedade. O que não dá para aceitar é que o governo decida que, para governar Alagoas, só ele tenha que fazer sozinho, passando por cima de todo mundo e dos interesses da sociedade”. Ela cobrou que “haja um diálogo fraterno com os servidores, porque não dá para pensar em um estado democrático e forte sem este diálogo”.
Protesto nos cartazes e faixas
Portando faixas e cartazes que lembravam que “data-base é direito”, que “governo que não respeita direitos e não valoriza trabalhador faz mal a educação”, que “férias é direito! Pague”, e que “valorização é salário, carreira e respeito”, as/os trabalhadores iniciaram a manifestação logo às 7h, com disposição para ficar em frente à sede do governo estadual o dia todo, até ser atendido em audiência para reiterar, na mesa de negociação, os pontos da pauta de reivindicações da campanha salarial 2019.
“Cota de Paciência”
Segundo a presidenta do Sinteal, “a categoria esgotou sua cota de paciência em relação à postura do governo de não negociar com o sindicato e com a categoria. Nossa data-base é maio e já são dois meses de silêncio e portas fechadas da parte do gestor. Não aceitamos esta postura do governo. Exigimos respeito, valorização e negociação, já!”.
A direção do Sinteal já enviou vários ofícios para o governador e para a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) solicitando a abertura de negociação para discutir aberta e democraticamente a pauta de reivindicações, que, entre outros pontos, inclui: recomposição salarial, plano de cargos e carreira, progressões por titulação e por tempo de serviço, condições de trabalho.
Em outra de suas falas, Consuelo alertou para a grave situação verificada no transporte escolar, com a falta de pagamento pela Seduc aos prestadores de serviços. “Esta situação está tirando grande parte dos alunos da escola, e o Sinteal colheu informações de salas de aula com apenas sete alunos, e a resposta da gestão é de ordenar que a professora ou o professor dê aula até para um aluno, sem, no entanto, resolver a raiz do problema, ou seja, pagar em dia os prestadores de serviço de transporte escolar”.
Citando também a intenção do governo e da Secretaria de Estado da Educação em acabar com a EJA (Educação de Jovens e Adultos), em um estado que ainda detém os piores índices de analfabetismo no país, Consuelo perguntou “No estado em que o governador eleito disse que iria ‘fazer uma revolução na educação’, que tipo de ‘revolução’ é esta, que tira transporte aos estudantes e que planejar fechar escolas com EJA?!”.
Justa homenagem
A presidenta do Sinteal pediu aos manifestantes uma salva de palmas em homenagem ao “Dia Nacional dos/as Profissionais de Educação”, que foi comemorado nesta terça-feira (6/8). “O Sinteal parabeniza a todas as funcionárias e todos os funcionários da educação - vigias, secretários escolares, assistentes administrativos, merendeiras e motoristas. Saibam que vocês são tão importantes no dia a dia do espaço escolar quanto os docentes”.
Além do Sinteal e da CUT participaram do ato público de luta, resistência e reivindicação os seguintes sindicatos e outras entidades de luta: SindPrev, SindPol, SindFisco e entidades do movimento estudantil.
Fonte: Sinteal (07/08/2019)