Até quando a pressão imposta pelas plataformas tirará nossas vidas?
Em memória e pesar à vida da companheira professora Silvaneide Monteiro Andrade!
Publicado: 02 Junho, 2025 - 12h47 | Última modificação: 02 Junho, 2025 - 16h09
Escrito por: CNTE | Editado por: CNTE

Na última sexta-feira (30/05) uma tragédia se abateu sobre o Colégio Estadual Jayme Canet, em Curitiba: a professora de Língua Portuguesa Silvaneide Andrade foi chamada à sala de coordenação pedagógica da escola de gestão cívico-militar e, diante da cobrança de uma representante da Secretaria de Educação do Estado do Paraná sobre a falta na atualização do sistema de planificação eletrônica da plataforma educacional, sofreu um infarto e veio a óbito.
A trágica morte da educadora logo teve repercussão nacional por representar com muita exatidão toda a pressão que os/as profissionais de educação de várias redes de ensino pelo país afora vêm sofrendo com esse processo incremental de plataformização da educação. A dor da família e de dos amigos e amigas da professora Silvaneide ganha contornos de denúncia de um modelo de educação que sufoca cada vez mais tanto os/as profissionais do magistério como os/as trabalhadores/as da gestão escolar, pressionados a deixar de lado o processo de aprendizagem para dar conta das tarefas de controle das plataformas.
Sob o argumento de racionalização dos processos de trabalho, essas plataformas educacionais exigem cada vez mais um dispêndio de tempo maior dos/as profissionais para preenche-las em detrimento, no fim das contas, da dedicação ao processo de ensino-aprendizagem. Isso não representa nenhuma racionalização! É, na verdade, esforço de controle e justificativa para vender essas plataformas educacionais.
Essas plataformas impostas às redes de ensino pelos governos são, na verdade, a ponta de lança do processo crescente de mercantilização da educação: o governo paga verbas milionárias às empresas amigas para o fornecimento desses softwares, escoando o dinheiro da educação pública para mãos privadas. E o impacto disso na vida dos/as profissionais é enorme, com desdobramentos também muito sérios aos próprios estudantes.
Que a dor sentida hoje pelos familiares e amigos/as da professora Silvaneide não seja em vão! Todo nosso pesar pelo falecimento trágico de uma companheira educadora que deixará saudades e fará muita falta! Continuaremos por aqui na luta por uma educação emancipadora e que seja espaço de liberdade e prazer, e nuca de controle, pressão e sinônimo de dinheiro de empresários e políticos ávidos a ganhar dinheiro às suas custas!
Brasília, 02 de junho de 2025
Direção Executiva da CNTE