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Ato reúne profissionais da educação e cobra piso para técnicos e administrativos

Manifestação no Dia Nacional dos Profissionais da Educação pressiona governo pela valorização da categoria e pela aprovação do PL 2.531/2021

Publicado: 06 Agosto, 2025 - 19h35

Escrito por: CNTE | Editado por: CNTE

Renato Braga
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Nesta quarta-feira (6), cerca de mil profissionais da educação de todo o país se reuniram em frente ao Ministério da Educação (MEC), em Brasília, em um ato nacional que marcou o Dia Nacional dos Profissionais da Educação com reivindicações contundentes. A principal demanda foi a aprovação do Projeto de Lei 2.531/2021, que estabelece o piso salarial nacional dos profissionais técnicos e administrativos da educação básica, além da valorização ampla da carreira desses trabalhadores.

Organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o ato destacou o papel fundamental dos profissionais não docentes - como auxiliares de secretaria, merendeiras, inspetores e técnicos administrativos - no funcionamento das escolas públicas, e cobrou políticas públicas que reconheçam a centralidade desses trabalhadores para a qualidade da educação.

“O Dia Nacional dos Profissionais da Educação foi vivenciado com muita força aqui em Brasília. Tivemos uma mobilização intensa, com gente de todo o Brasil reunida em frente ao Ministério da Educação. Essa presença significativa nos levou a conquistar a formação de um grupo de trabalho, instituído por portaria do MEC, para tratar do PL 2.531. Esse grupo contará com diversas entidades e terá como missão garantir a sustentabilidade financeira, técnica e política do piso dos funcionários da educação”, afirmou Heleno Araújo, presidente da CNTE.

Ofício ao ministro Camilo Santana

Durante a mobilização, a CNTE se reuniu com os Secretários Executivos do Ministério da Educação, Rodolfo Cabral e Gregório Durlo Grisa, e entregou aos representantes do MEC um ofício com as principais pautas da categoria. O documento destaca, entre outros pontos, a necessidade de ampliação do programa Profuncionário, lançado recentemente pelo MEC com oferta de 3.500 vagas para formação técnica de funcionários escolares. Para a CNTE, o número é insuficiente diante da demanda nacional.

A Confederação também sugeriu que o Executivo envie ao Congresso um projeto de lei complementar ao PL 2.531/2021, garantindo a legalidade da proposta e prevendo mecanismos de apoio financeiro da União aos entes federativos que comprovarem dificuldades para arcar com o pagamento do piso.

“Precisamos garantir que a lei seja viável para os municípios e estados, especialmente os que enfrentam restrições orçamentárias. Por isso, é essencial que o governo federal assuma sua responsabilidade na complementação dos recursos do Fundeb e da manutenção e desenvolvimento do ensino”, argumenta Heleno.

Novo PNE

Outro ponto sensível abordado no documento entregue ao MEC foi a ausência de metas específicas para os funcionários da educação no novo Plano Nacional de Educação (PNE), em tramitação na Câmara dos Deputados. A CNTE reivindica que o novo plano incorpore diretrizes claras para ingresso por concurso público, valorização salarial e estruturação de carreira para esses profissionais.

“Também avançamos nas emendas ao Projeto de Lei do novo Plano Nacional de Educação, uma conquista importante desse ato nacional, marcado por uma presença expressiva da nossa categoria. Agradecemos, parabenizamos e seguimos firmes na luta!”, completou Heleno.

Educação como bem público

A luta contra a privatização e terceirização da educação pública também esteve no centro do ato. A CNTE denunciou o avanço dessas práticas nas redes estaduais e municipais, e entregou ao MEC publicações recentes da entidade que documentam os impactos negativos desse processo.

“Educação não é mercadoria. Nossa luta é por uma escola pública, democrática e inclusiva, com profissionais valorizados e políticas estruturantes em todas as esferas de governo”, afirmou Heleno Araújo.

Mobilização permanente

Para além da pauta salarial, o ato trouxe reivindicações amplas: desde políticas de formação inicial e continuada, passando por gestão democrática nas escolas, até ações efetivas de combate às violências no ambiente escolar. A CNTE reforçou que essas demandas precisam estar presentes nos planos de educação dos municípios, estados e do governo federal.

Apesar do caráter comemorativo da data, a CNTE reforçou que o momento é de mobilização permanente. “O que está em jogo são conquistas históricas que ainda não se concretizaram plenamente. Seguiremos firmes para garantir que cada profissional da educação pública, do porteiro à direção, seja reconhecido, valorizado e respeitado”, concluiu Heleno.

O ato foi considerado essencial na luta pela valorização de todos os profissionais da educação e reforça a pressão sobre o governo federal e o Congresso Nacional para que avancem em medidas estruturantes para o setor.