Cúpula Mundial: Consenso para valorização da profissão docente é pactuado no Chile
World Summit on Teachers abordou a transformação na educação por meio dos professores
Publicado: 01 Setembro, 2025 - 17h55 | Última modificação: 01 Setembro, 2025 - 18h53
Escrito por: CNTE | Editado por: CNTE

De 27 a 29 de agosto de 2025, foi realizado o World Summit on Teachers (Cúpula Mundial sobre Professores), em Santiago, no Chile. O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, participou juntamente com ministros, sindicatos de professores e líderes educacionais de diversos países.
No evento, foi assinado o Consenso de Santiago, um acordo histórico que visa transformar a profissão docente e enfrentar a escassez global estimada em quase 50 milhões de professores. O documento estabelece compromissos concretos para valorizar a carreira e garantir educação de qualidade para todos.
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O Consenso é um respaldo à Estratégia Regional Docente para a América Latina e Caribe, que foi lançada em abril de 2025, e tem como objetivo fortalecer a profissão docente e promover equidade e qualidade na educação pública.
O presidente da CNTE e vice-presidente da Internacional da Educação para a América Latina, Heleno Araújo, disse ser fundamental o investimento para a realização de um trabalho adequado.
“Se realmente queremos melhorar a vida das pessoas, se queremos uma formação cidadã, que cuide das vidas e do planeta, precisamos, urgentemente, cuidar das leis e dos docentes. Precisamos de recrutamento justo, contratos permanentes, salários dignos e desenvolvimento profissional", afirma.
O acordo traz seis áreas prioritárias para ações:
- Políticas docentes fortalecidas em todas as etapas da carreira, com foco especial em regiões rurais e vulneráveis;
- Formação e desenvolvimento profissional contínuo, integrando capacitação inicial, programas de mentoria e oportunidades permanentes de aprendizado;
- Diálogo social efetivo reconhecendo sindicatos e associações docentes como parceiros legítimos na formulação de políticas;
- Financiamento sustentável com novas fontes de recursos para assegurar a educação como bem público;
- Preparação para o futuro digital, incluindo competências em tecnologia e inteligência artificial, alinhadas ao Quadro de Competências da Unesco;
- Inclusão e equidade promovendo diversidade no corpo docente e ampliando o acesso de grupos historicamente marginalizados.
O acordo ainda reforça que a relação entre professores e estudantes é um patrimônio humano essencial, que deve ser protegido diante do avanço das soluções tecnológicas.
Durante participação no painel sobre a Formação para Professores na Era Digital, o presidente da CNTE falou da importância do acesso e uso da tecnologia. “É necessário que tenhamos um sistema de desenvolvimento profissional contínuo, desenhado para integrar de forma proveitosa, a tecnologia, a inteligência artificial, nas práticas de ensinamento e de apoio educativo. Esses programas devem ser acessíveis e gratuitos", explicou Heleno Araújo.
Futuro
Já o presidente da Internacional da Educação, Mugwena Maluleke, destacou o impacto do acordo para os próximos anos. “As crianças estão observando. O futuro está observando. E a história julgará não pelo que dissemos, mas pelo que priorizamos e financiamos”, afirmou o Maluleke.
De acordo com o secretário-geral da Internacional da Educação, David Edwards, o documento marca uma virada na luta pela valorização docente. “O Consenso de Santiago demonstra o poder dos professores organizados, em uma voz unificada. Agora começa o real trabalho: transformar as promessas em políticas concretas e garantir que os docentes sigam no centro da educação”, explicou David Edwards.
Com esse acordo histórico firmado, governos e organizações educacionais assumem a responsabilidade de reposicionar a docência como profissão estratégica, essencial para a transformação social e o cumprimento da Agenda Educacional 2030, seguindo as recomendações das Organizações das Nações Unidas (ONU).