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Editorial | A face feminina do poder

Publicado: 01 Março, 2023 - 23h59

Escrito por: CNTE

Elas são duronas, são poderosas, são guerreiras, são inteligentes, são sensíveis, são gentis e, por isso mesmo, são completas. São mulheres que conquistaram seu espaço no, até pouco tempo, fechado “Clube do Bolinha” da política e da economia brasileiras. Elas invadiram os três poderes e já são 91 deputadas federais e 11 ministras, além das presidentes da Caixa, do Banco do Brasil, da Funai e de inúmeras deputadas estaduais e distritais que renovaram as assembleias, aumentando o quórum para o lado feminino.
Mas, ao contrário do que muitos pensam, elas não vieram tomar o lugar dos homens, vieram somar com eles, ocupando o lugar que sempre foi delas por direito, mas que a chamada “ditadura do patriarcado” fez questão de obstar, por todas as maneiras, numa clara desconfiança (ou seria medo?) de que poderia perder o poder.

No ano passado, em sua 20ª edição, a Revista Mátria cobrava justamente: “uma participação ainda maior das mulheres para os postos no executivo e legislativo federal, estadual e distrital, para diminuir a desigualdade entre os gêneros e para trazer mais qualidade ao debate”. E aí esta o resultado: na resposta massiva das urnas, na resposta do novo governo e, mais ainda, na luta sindical, onde elas agora conquistaram a paridade com os homens, com muitas delas nos principais cargos de direção dos sindicatos. É verdade que ainda há muito o que lutar, mas já temos números significativos para comemorar.

Infelizmente, a última edição de Mátria também alertava para a ação de grupos criminosos em terras Yanomami, que exploravam o garimpo ilegal e até a prostituição. Uma tragédia anunciada que o governo passado fez questão de fingir que não via, numa clara conivência com esses atos, que culminaram num verdadeiro holocausto para um povo originário, que só queria defender suas terras e proteger a natureza. Mas essa é uma das muitas missões da nova ministra, do recém-criado Ministério dos Povos Indígenas: restabelecer a saúde, a paz e a dignidade a esses povos.

Porque é tempo de arregaçar as mangas, juntar os pedaços, limpar as feridas e trabalhar. Pois novos ares estão soprando do planalto e há muito o que fazer para superar quatro anos de retrocesso que levaram o Brasil 40 anos para trás. Ler essa nova edição de Mátria, recheada de boas novas, de boas dicas, de entrevistas exclusivas e de novos alertas, já um ótimo começo.

Boa leitura!
Diretoria Executiva da CNTE

>> Acesse a Revista Mátria 2023 em PDF