Educadores apoiam a greve legítima dos professores da rede municipal do Recife

É fundamental que a sociedade brasileira assuma definitivamente o compromisso com a educação pública de nosso povo, de forma perene e que não fique restrito somente aos períodos eleitorais. Os governantes devem entender que uma boa educação passa necessariamente por políticas de valorização profissional, que envolvem salários dignos, carreiras atrativas e práticas contínuas de formação inicial e continuada aos seus/uas educadores/as. Esses são os verdadeiros pilares de um bom sistema educacional.

 

A justa e legítima reivindicação dos/as professores/as do Recife, em movimento grevista deflagrado desde o último dia 09 de abril, é pelo cumprimento de uma Lei Federal que lhes assegura um reajuste em seus salários de 6,27%. Trata-se do índice apontado pelo Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério, constante na Lei 11.738/2008. A lei apurou o valor de 6,27% e a oferta da Prefeitura de apenas 2,45% é insuficiente para atender as metas estabelecidas nos planos de educação, municipal, estadual e nacional.

 

Somos o último país no quesito salário de professores/as na lista composta pelos países da OCDE: pagamos mal aos nossos profissionais do magistério e a Lei do Piso foi criada, ainda no ano de 2008, justamente para que, ao longo dos anos, pudéssemos superar esse gargalo. O cumprimento dessa legislação por parte dos gestores é fundamental para que, à luz do construído pelos planos de educação, seja possível equiparar a remuneração dos/as professores/as com a remuneração média das outras categorias de nível superior, ou com a mesma formação, da Administração Pública.

 

Conclamamos ao Prefeito João Campos a retomar as negociações com os/as profissionais e seu sindicato representativo, o SIMPERE. É fundamental a retomada da Mesa de Negociação para que ela ofereça as condições para o encerramento da greve, que atendam as reivindicações justas da categoria. Toda nossa solidariedade à luta dos/as professores do Recife e ao seu sindicato representativo!

 

Brasília, 19 de maio de 2025

Direção Executiva da CNTE