Falecimento de Clélia Eugênia expõe violência institucional e demissões arbitrárias
O prefeito de Itabuna/BA deve responder pelo falecimento da professora Clélia Eugênia, a quem sempre honraremos com a continuação de sua luta
Publicado: 17 Dezembro, 2025 - 16h51 | Última modificação: 17 Dezembro, 2025 - 17h22
Escrito por: CNTE | Editado por: CNTE
Repercutiu em todo o Brasil na semana passada (09/12) a morte da professora da rede municipal de ensino de Itabuna, no sul da Bahia, Clélia Eugênia. Vítima da brutal violência institucional que tomou conta da rede das escolas de sua cidade, Clélia é mais uma vítima de um tipo de assédio e de violência que permeia muito das nossas redes de ensino pelo país afora. E a rede de ensino municipal de Itabuna, cidade governada por Augusto Castro (PSD), carrega hoje essa mancha.
A história da professora Clélia é parte de um processo mais amplo em que ela não foi a única vítima, mas que, ao menos até agora, pagou com sua própria vida. Em agosto desse ano, a CNTE publicou uma Nota Pública, como essa de hoje, denunciando os atos arbitrários e violentos da Prefeitura de Itabuna que, por meio de seu maior gestor, não tinha o menor pudor de tentar intimidar o sindicato da categoria na cidade, que só vinha denunciando as demissões arbitrárias de professores e professoras concursados/as de sua rede de ensino.
Hoje escrevemos essa Nota para nos convalescer com o falecimento de uma professora guerreira que, diante de sua demissão sumária, foi trabalhar nas fazendas de cacau da região para poder sobreviver. Graduada e pós-graduada, Clélia chegou a fazer um novo concurso feito pela Prefeitura para repor, em alguma medida, as vagas oriundas daquelas demissões arbitrárias de sua gestão. Demitida sem justificativa – até hoje sem nenhuma explicação, que se deixe destacado essa informação -, Clélia esperava por sua convocação em novo concurso.
Como dito pela própria Clélia em um de seus últimos vídeos publicados em suas redes sociais, o seu conhecimento obtido por anos de estudos, ninguém pode dela tirar. Esperamos, ainda, a elucidação urgente, por parte da Prefeitura de Itabuna e de seu prefeito, das demissões injustificáveis de professores e professoras.
Professora Clélia, presente hoje e sempre!
Honraremos sua história, sua luta e seu legado, dando continuidade ao caminho que você construiu. Pelo SIMPI, seguiremos firmes, em sua memória, na defesa de todos os professores e professoras de Itabuna.