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GO: Déficit de professores passa de 4 mil

Problema é maior em áreas como química e física, mas Secretaria diz que concurso vai melhorar situação O déficit de professores em algumas áreas tem prejudicado escolas da Secretaria Estadual de Educação (SEE), em Goiás. Faltam mais de 4 mil docentes principalmente nas áreas de matemática, física, biologia e química. O número representa cerca de 14% dos docentes em todo o Es...

Publicado: 13 Abril, 2009 - 06h46

Escrito por: CNTE

Problema é maior em áreas como química e física, mas Secretaria diz que concurso vai melhorar situação

 

O déficit de professores em algumas áreas tem prejudicado escolas da Secretaria Estadual de Educação (SEE), em Goiás. Faltam mais de 4 mil docentes principalmente nas áreas de matemática, física, biologia e química. O número representa cerca de 14% dos docentes em todo o Estado, que totalizam mais de 30 mil.

A secretaria admite o problema e acredita que o concurso público previsto ainda para este ano vai aliviar a situação: serão 4.291 vagas, a maioria para os cursos das áreas em que a falta de professores é maior.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) avalia que a falta de docentes concursados é extremamente prejudicial ao ensino e calcula que o déficit seja ainda maior: 7 mil.

Segundo a presidente do Sintego, Iêda Leal, o problema é geral em todo o Estado, mas no interior é mais grave, já que nem todos os profissionais formados querem sair da capital. "É preciso resolver esse problema o mais rápido possível, pois os maiores prejudicados são os estudantes que, ao ter professores sobrecarregados, têm um ensino de qualidade mais baixa", afirmou.

A falta de professores é pior áreas de exatas, biológicas e até de educação física e ocorre em todo o País, segundo a SEE. O problema também não é recente. Em 2003, por exemplo, o déficit de professores chegava a 700 e, assim como atualmente, era mais grave no interior.

A coordenadora de desenvolvimento e avaliação da SEE, Edvânia Braz Teixeira Rodrigues, diz que profissionais da área de música e dança também são escassos e por isso há uma permanente quantidade de vagas que ficam ociosas já que falta pessoal qualificado.

Outro problema apontado pelo Sintego é o grande número de professores com contrato temporário. Atualmente, no Estado são mais de 5 mil e a instabilidade no emprego gera estresse nos docentes, o que estaria prejudicando o desempenho em sala de aula, segundo o sindicato.

Infraestrutura

De acordo com coordenador do Centro de Apoio Operacional (CAO) da Infância, Juventude e Educação do Ministério Público, promotor Everaldo Sebastião de Sousa, outro problema tão grave quanto o da falta de professores é o descumprimento da lei que eleva o piso da educação para R$ 950.

Informações do Ministério Público indicam que no máximo dez municípios goianos estão cumprindo o piso estabelecido pela legislação federal atualmente em Goiás. Mas Everaldo também ressaltou que muitas escolas estaduais estão com infraestrutura inadequada e, por isso, "é imprescindível que haja uma injeção de ânimos e recursos na rede estadual de ensino".

Quem sofre com os problemas são os alunos. Em Mozarlândia, por exemplo, estudantes reclamam das precárias condições estruturais do Colégio Estadual Costa e Silva e da falta de professores que tem prejudicado o ensino. Além disso, uma reforma contribui para as más condições oferecidas pela instituição. Alguns professores são obrigados a dar aulas em até três turmas diferentes simultaneamente.

A estudante da escola Jeane Paula Alves Santos, de 18 anos, que cursa o primeiro ano do ensino médio, está revoltada com a situação. Ela afirmou que vários colegas estão pensando em deixar os estudos por causa dos problemas identificados no colégio. Jeane lembrou que "é difícil um dia que tenho todas as aulas" e concluiu que a conjuntura da escola é desestimulante.

A falta de professores gera situações estranhas. Segundo a estudante, uma professora de biologia saiu de licença e seu substituto foi um professor sem a devida formação. O mesmo ocorreu ano passado, quando uma professora de história ficou licenciada e o mesmo professor teria assumido o posto. Outro caso lembrado pela jovem é o de uma professora de química que também dá aulas de física.

Ano passado, a secretária da SEE, Milca Severino, disse que os professores já estarão em sala de aula a partir do próximo mês de agosto. A coordenadora de desenvolvimento e avaliação da SEE, Edvânia Braz, diz que o edital do concurso sai ainda este mês . A Secretaria Municipal de Educação (SME) de Goiânia garantiu que não faltam de professores na rede.

Fonte: O Popular, 10/4/2009