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IE e CNTE reivindicam educação inclusiva em Comissão das Nações Unidas

Encontro é realizado de 10 a 21 de março em Nova York e conta delegação de 15 mulheres educadoras sindicalistas de todo o mundo, sendo três da América Latina

Publicado: 15 Março, 2025 - 09h08 | Última modificação: 15 Março, 2025 - 09h24

Escrito por: Redação | Editado por: Redação

Internacional da Educação
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Uma delegação com 15 mulheres da Internacional da Educação, de todos continentes, participa, esta semana, da 69ª sessão da Comissão das Nações Unidas sobre o Status da Mulher, em Nova York (UN CSW). 

Realizada  de 10 a 21 de março, o encontro é o fórum global mais importante para promover a igualdade de gênero e os direitos das mulheres globalmente. As educadoras Gabriella Bonilla, Fátima Silva e Isabel Olaya representam o grupo de sindicalistas da América Latina na delegação.

O ano de 2025 marca os 30 anos desde a adoção histórica da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, que definiu 12 áreas críticas de atuação, incluindo ações contra a violência contra a mulher. 

A 69ª sessão da Comissão das Nações Unidas sobre o Status da Mulher se concentra em revisar a implementação da Declaração de Pequim, avaliando o progresso até aqui e os desafios de implementação. 

A Secretária-Geral Adjunta da IE, Haldis Holst, disse que é essencial a participação da IE e das entidades membros no evento. “A maioria dos nossos 33 milhões de membros são mulheres e temos um mandato para defender e promover seus direitos a nível global. Além disso, muitos dos tópicos abordados na UN CSW dizem respeito ao mundo do trabalho e são altamente relevantes para os/as trabalhadores/as da educação. Como sindicatos, devemos estar lá para ser a voz das mulheres que impulsionam a educação ao redor do mundo”, afirmou. 

A delegação da IE enfatiza a necessidade de investir em educação pública gratuita e de qualidade para garantir acesso para todos e que os/as trabalhadores/as da educação sejam valorizados e respeitados. 

“Sabemos que a equidade de gênero requer educação inclusiva e de qualidade para todos. Estamos defendendo que os governos garantam que todas as mulheres e meninas tenham acesso igualitário à educação gratuita, inclusiva e de qualidade e ao aprendizado ao longo da vida. Reivindicamos salários competitivos, condições de trabalho justas e desenvolvimento profissional contínuo para os professores, uma profissão dominada por mulheres em muitas partes do mundo, e o fator mais importante para alcançar a educação de qualidade. A escassez global de professores deve ser urgentemente abordada implementando as Recomendações das Nações Unidas para uma profissão docente forte e resiliente”, declarou Holst.

A Educação Internacional também defende que os governos trabalhem com educadores e seus sindicatos para abordar a violência de gênero nas escolas e tornar as comunidades escolares espaços seguros para todos/as os alunos/as, professores e funcionários. 

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Cinco pontos principais no documento final

Fátima Silva lembra que o documento que está sendo apresentado pela  Comissão começou a ser elaborado em julho do ano passado e que o desafio é mobilizar para conseguir que os governos mantenham o conteúdo já discutido e aprovado. 

“Foram priorizados cinco pontos: 1) Os direitos trabalhistas como direitos humanos, 2) o direito ao trabalho formal; 3) a necessidade de aprovação de uma política para as mulheres que exercem o trabalho do cuidado; 4) salários iguais, para trabalhos iguais; e 5) e a ratificação da convenção 190 da OIT para acabar com a violência e o assédio no mundo do trabalho”, explica Fátima. “Juntos, os sindicatos globais estão pedindo uma ação urgente para um Novo Contrato Social transformador pela igualdade de gênero”, conclui a dirigente. 

Igualdade de gênero e paz 

Além disso, o movimento sindical global trabalhará para garantir que a Declaração Pequim+30 destaque a ligação entre igualdade de gênero e paz sustentável. Em contextos de conflito armado, a participação igualitária das mulheres e o envolvimento pleno em todos os esforços para promover a paz e a segurança, incluindo negociações de paz e serviços públicos essenciais na linha de frente, devem ser apoiados por financiamento adequado. 

“Ao mesmo tempo, a proteção das mulheres contra a violência em zonas de conflito deve ser garantida. As escolas devem ser mantidas seguras e os professores devem ser apoiados. As oportunidades econômicas para as mulheres na reconstrução pós-conflito são igualmente essenciais, assim como a promoção de trabalho decente como um caminho para a paz e estabilidade sustentáveis”, declara a Internacional da Educação. 

Saiba mais sobre a Declaração de Pequim

A Declaração de Beijing foi inovadora ao abordar a violência contra mulheres e meninas de forma abrangente. Ela exigiu a ampliação do acesso a serviços essenciais, incluindo abrigos, assistência jurídica, atendimento médico e apoio psicológico. 

Antes de 1995, existiam apenas 19 mecanismos institucionais para a violência doméstica; mais de 95% desses mecanismos foram estabelecidos após a Plataforma de Ação de Beijing.

A Declaração de Beijing também enfatizou a prevenção, estimulando governos e atores do desenvolvimento internacional a investirem em educação e campanhas de conscientização para desafiar normas sociais e estereótipos que perpetuam a violência contra as mulheres.

“Com nove milhões de meninas em risco de serem forçadas ao casamento infantil até 2030 e uma em cada quatro adolescentes sofrendo abuso por parte de um parceiro até os 19 anos, a Plataforma de Ação de Beijing continua sendo um plano essencial para proteger os direitos das meninas e garantir que suas vozes sejam ouvidas”, declara a ONU Mulheres. 

 

Com informações da Internacional da Educação.