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No Dia Mundial do Funcionário da Educação, profissionais pedem mais valorização e visibilidade

Publicado: 13 Maio, 2020 - 14h03

Escrito por: CNTE

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Criado em 2018 pela Internacional de Educação (IE), o Dia Mundial do Funcionário da Educação é comemorado em 16 de maio. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), afiliada da IE, enfatiza que para alcançar uma educação de qualidade é preciso buscar visibilidade; formação e valorização do trabalho dessas pessoas.

De acordo com Zezinho Prado, secretário de Funcionários da CNTE, a data faz parte de uma importante narrativa de valorização de todos os atores pertencentes ao cenário educacional, ainda que não seja no espaço físico da sala de aula. “O reconhecimento converge com a necessidade de uma educação inclusiva e integrada, com a insubstituível organização social como pilares de uma sociedade justa e libertária”.

O secretário executivo da CNTE, Edmilson Lamparina, explica que é preciso que haja no Brasil a cobrança junto ao Ministério da Educação de todas as políticas afirmativas que foram aprovadas ao longo dos anos, que se transformaram em lei, as quais tratam de formação e valorização. “Também precisamos buscar o entendimento, dentro das nossas entidades de representação unificada, que a luta de cada um tem que ser a luta de todos. Funcionários da Educação é uma categoria de profissionais partícipes da construção de uma educação de qualidade e em luta constante por visibilidade, formação e valorização”.

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A categoria dos Funcionários da Educação é formada por auxiliares administrativos, merendeiros, auxiliares de serviços gerais, de apoio e vigilância, e cada um deles é fundamental para a escola. “A principal bandeira de luta desses profissionais é o reconhecimento dos governos e da sociedade de que são, de fato, Funcionários da Educação e que exercem funções essenciais no processo educacional”, ressalta Zezinho.

Para João Alexandrino de Oliveira, da secretaria para assuntos de funcionários administrativos e analistas educacionais do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (SINTEPE), a data é importante para dar visibilidade a esses profissionais que são essenciais, mas que vivem no anonimato. “A luta desses profissionais se baseia na identificação, profissionalização, formação e valorização da categoria. Em quase todos os Estados brasileiros, os professores não são valorizados, imagina os funcionários da educação”.

Este ano, a comemoração acontece em um momento que as sociedades em todo o mundo sofrem o impacto da pandemia do COVID-19. Apesar da maioria das instituições de ensino estar fechada, muitos Funcionários da Educação, em todo o mundo, continuam trabalhando na linha de frente para apoiar estudantes, famílias e comunidades.

“Somos os funcionários que desempenham as funções administrativas nas secretarias, cozinhas, portões, bibliotecas, manutenções, segurança nos pátios. Em tempo de pandemia, estamos na linha de frente em nossas unidades escolares no Brasil e no mundo, onde tem uma escola, tem funcionários”, lembra Idalina da Silva, da Federação dos Trabalhadores em Educação do Mato Grosso do Sul (FETEMS).

Os trabalhadores estão entregando comida para os alunos que dependem das refeições da escola; fornecendo suporte técnico para garantir que as plataformas de aprendizado on-line nas escolas e universidades funcionem corretamente; fornecendo aconselhamento à distância para os alunos; apoiando os pais que têm filhos com deficiência e, de inúmeras maneiras, eles estão indo muito além das descrições de suas funções e ajudando decisivamente a educação a avançar durante os estudantes pandêmicos e vulneráveis, a fim de obter o apoio de que precisam.

“Os funcionários são responsáveis pelo preparo do ambiente escolar, sem o qual seria impossível a escola funcionar com a qualidade necessária ao processo ensino/aprendizagem. A formação nos permite entender o papel que cada profissional da educação exerce no ambiente escolar e que nenhum setor é mais ou menos importante. Se o professor prepara o caminho, nós, funcionários, pavimentamos esse caminho para que o professor possa realizar seu trabalho de ensinar. Então, direta ou indiretamente, os funcionários estão envolvidos no ato de preparar esse cidadão”, afirma Sonia Viana, coordenadora do departamento de funcionários da Educação do Sindicato dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS).

No entanto, o fechamento generalizado de instituições de ensino fez com que muitos empregos fossem perdidos ou ameaçados. Segundo pesquisa realizada pela IE, foi revelado que muitos Funcionários da Educação, em todo o mundo, tinham más condições de emprego antes da crise do coronavírus: precariedade, ausência de contratos formais de emprego ou contratos de zero hora, falta de segurança, ausência ou escassez de benefícios, ausência de licença médica remunerada, pouca participação na tomada de decisões no local de trabalho e contratos externos com empresas privadas, o que os mantinham afastados da comunidade educacional. Essas más condições causaram a perda temporária ou permanente de empregos durante a crise.

Jorgiane Araújo, secretária de Gênero do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), explica que diante da atual conjuntura, a categoria deve buscar ações que valorizem o seu trabalho. “Eles precisam ser incluídos na gestão democrática, nos planejamentos do projeto político pedagógico da escola e também na participação do planejamento do cotidiano escolar. Além disso, o mais importante, é a formação continuada para todos os seguimentos, porque, na maioria das vezes, os funcionários não têm oportunidades para se atualizar, as coisas vão acontecendo e são colocadas para serem executadas sem ter um preparo prévio”.

Este Dia Mundial do Funcionário da Educação, em meio à crise do coronavírus, mais do que nunca, é precico apreciar o trabalho crucial que está sendo realizado pelos funcionários da educação, prestar homenagem às importantes contribuições desses profissionais, exortar governos e empregadores a respeitar os direitos trabalhistas e exigir que sua saúde e empregos sejam protegido durante e após a pandemia.

“Entendo a educação como ‘processo educativo’, que todos que estão no espaço da escola, independentemente da idade, etapa e modalidade são educadores. Esta data é um reconhecimento mundial de que este trabalhador existe, está presente em todas as escolas do mundo, seja pública ou privada, e fortalece o movimento desta categoria em busca dos seus direitos”, esclarece Guelda Cristina de Oliveira Andrade, secretária de Política Educacional do Sindicato no Ensino Público de Mato Grosso (SINTEP-MT) e Secretária Geral da CUT-MT .