PI: Deputados da base governista aprovam reajuste rebaixado às escondidas
Os membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Piauí (ALEPI) se reuniram à portas fechadas com seus membros a mando governador Wellington Dias para aprovar o reajuste de 2,95% para os trabalhadores em educação.Os trabalhadores em educação estiveram durante toda a manhã de quinta-feira (21) na ALEPI tentando conversar e acompanhar a r...
Publicado: 22 Junho, 2018 - 11h23
Escrito por: CNTE

Os membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Piauí (ALEPI) se reuniram à portas fechadas com seus membros a mando governador Wellington Dias para aprovar o reajuste de 2,95% para os trabalhadores em educação.
Os trabalhadores em educação estiveram durante toda a manhã de quinta-feira (21) na ALEPI tentando conversar e acompanhar a reunião da CCJ que, segundo o regimento da casa, deve ser de aberta e pública. Os trabalhadores se revoltaram com a forma como os deputados vêm tratando os trabalhadores em educação.
Após a atitude dos deputados de anular a sessão que derrubou o veto e a reunião da CCJ , os trabalhadores ficaram revoltados e pressionaram os deputados com palavras de ordem como “golpistas” e “traidores” nos corredores da Assembleia. Com a passagem do presidente Themistocles Filho para o plenário, a polícia fez um cordão de isolamento e acabou tendo empurrões e agressões que atingiram professores, cinegrafistas, professores e policiais que chegaram a cair em meio à confusão.
A revolta dos professores acontece um dia após a Assembleia tomar uma decisão extremamente incomum. Na quarta (20), os deputados da base aliada do governador Wellington Dias (PT) anularam os efeitos da votação do dia 6 de junho, quando um veto do governador ao aumento de 6,81% para os professores foi derrubado, o que manteve o percentual de reajuste. Com a anulação da sessão, os reajuste de 6,81% foi retirado.
O Sinte-PI irá ingressar na justiça tão logo tenha em mãos todos os documentos comprobatórios das irregularidades que o governo vem fazendo junto ao poder legislativo. Pois, uma vez publicada no Diário Oficial, a Lei passa a valer.
Deputados da oposição acusam o governo de fazer uma manobra jamais vista na história do Poder Legislativo estadual. Na sessão da quarta (20), eles se retiraram do plenário em forma de protesto. Nesta quinta-feira, a deputada Juliana Falcão (PSB) renunciou ao cargo de 4º secretário da mesa também em protesto. Com a retirada do reajuste de 6,81%, o governador Wellington Dias (PT) agora quer conceder um aumento de 2,9%, valor dentro da inflação.
“O veto hoje é uma lei. Isso foi publicado. Se tem alguma consequência jurídica de TRE, ela está valendo. Os professores deveriam receber o seu aumento. Infelizmente, com a maioria do governo, está sendo desmontado tudo o que foi aprovado aqui nesta Casa. O que houve aqui foi um crime contra o parlamento”, desabafou o deputado estadual Robert Rios (DEM).
Na próxima segunda-feira (25) os trabalhadores em educação realizam um Assembleia Geral da categoria a partir da 9h no Clube do Sinte-PI para deliberar os encaminhamentos do movimento grevista.
A greve continua!
Entenda a manobra do governo:
1º golpe – o governo assina acordo judicial em 12 de março e não cumpre sua parte que é de pagar o reajuste da categoria até o mês de maio/18, como foi firmado no TJ-PI, com reajuste de 6,81 para professores e 3,95% para funcionários.
2º golpe – envia a mensagem para a Alepi dia 03/04, às vésperas de encerrar o prazo para o início da vigência da lei eleitoral para conceder reajuste aos servidores, com o texto ERRADO propositadamente; O texto é corrigido somente dia 05/04.
3º golpe – governo faz manobra para os deputados dificultarem a aprovação do projeto de Lei que concede o reajuste.
4º golpe – governador VETA Lei aprovada pelos deputados com o reajuste conforme Acordo Judicial.
5º golpe – Com a derrubada do VETO, Governo publica um Decreto anunciando que o reajuste dos servidores da educação será de 2,95%, ao lado da Lei que concede reajuste de 6,81%, uma contradição.
6º golpe – Assembleia anulam sessão plenária que derrubou o VETO e aprova o veto, anulando a Lei que previa 6,81% para professores, e funcionários de 3,15% e 3,95%, totalmente ilegal.
7º golpe – CCJ se reúne à portas fechadas e aprova a mensagem do Karnak com reajuste de 2,95%.
8º golpe – Plenário aprova reajuste para todos os servidores da educação no percentual de 2,95%, dando o golpe final.
(Sinte-PI, 22/06/2018)