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Por um ambiente de trabalho livre de preconceito e discriminação: saiba quais ações foram propostas no Coletivo LGBTQIA+ da CNT...

Em Vitória (ES), 45 pessoas de 19 entidades sindicais filiadas à Confederação – além de convidados – avaliaram políticas públicas e propuseram atividades a serem desenvolvidas ao longo do ano em prol das pessoas LGBTQIA+

Publicado: 10 Maio, 2024 - 16h01

Escrito por: CNTE

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“A luta só é possível porque é coletiva!”. Com esse chamado, Keila Simpson, presidenta da Associação Nacional de Travestis e Transsexuais (Antra), marcou sua apresentação na reunião do Coletivo da CNTE, que aconteceu em Vitória (ES), nos dias 9 e 10 de maio de 2024. 

“É importante compreender que os avanços que conquistamos até hoje são resultado de ações fortes e conjuntas dos sindicatos, dos movimentos sociais, da academia. Portanto, é fundamental a responsabilização dos diversos segmentos convergentes – sociais e sindicais – na luta pela garantia dos direitos das pessoas LGBTQIA+. Estamos em um novo momento político, porém, ainda em um contexto difícil, e compete a nós, que defendemos a democracia, fortalecê-la. O caminho para transformar essa realidade passa também pela formação política de base: mostrar à juventude que a política faz a diferença em nossas vidas, e que por meio dela é possível resistir e lutar contra o extremismo e o discurso conservador”, avaliou Keila.

Travesti, negra e prostituta, Keila nasceu em Pedreiras, no interior do Maranhão. Por causa do bullying e da homofobia na escola, não conseguiu concluir os estudos. “Saí de casa aos 13 anos para ganhar o mundo nas palavras de minha mãe”. E ganhou: hoje é uma das maiores ativistas de direitos humanos no Brasil, já conheceu quatro continentes e, em 2022, tornou-se a primeira travesti no país a receber o título de Doutora Honoris Causa, honra concedida pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

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Em um momento de grande emoção para os/as participantes do evento, Keila apresentou relatos de sua história de vida, da luta por direitos e da trajetória do movimento trans, tendo como pano de fundo o filme “Atentado violento ao pudor”, uma produção de 2018 protagonizada por Keila.

Vivências

Para enriquecer as experiências das lideranças sindicais, a programação contou ainda com uma visita à sede da Associação Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade (Gold), no centro de Vitória. Coordenada pela ativista em direitos humanos Deborah Sabará, Gold é uma entidade da sociedade civil parceira do Sindiupes em vários projetos. Atua desde 2005 no Espírito Santo com o objetivo de promover e defender os Direitos Humanos, contribuindo para a inclusão de pessoas LGBTQIA+ com diversas ações de acolhimento, formação e repasse de informação nas áreas de saúde, educação e cidadania.

Comprometidos com a luta pela dignidade da população LGBTQIA+, também estiveram presentes no evento o senador Fabiano Contarato, a deputada federal Jack Rocha e a vereadora de Vitória Karla Coser, além de representantes do mandato do deputado estadual João Coser, todos/todas parlamentares capixabas do Partido dos Trabalhadores (PT).

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Encaminhamentos 17 de maio

No último dia do evento, as entidades aprovaram as atividades a serem desenvolvidas em alusão ao Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia, celebrado em 17 de maio, além do encaminhamento das demandas e estratégias de luta do Coletivo.

Confira as ações e atividades aprovadas pelo Coletivo para serem realizadas pelas entidades filiadas: 

- Impulsionar a criação dos Coletivos LGBTQIA + nos sindicatos filiados.

- Intensificar as ações e mobilizações da campanha do 17M (17 de Maio -Dia Internacional e Nacional contra a LGBTfobia).

- Colaborar na organização das Conferências Municipais e Estaduais LGBTQIA+ em preparação à Conferência Nacional, em 2025

- Garantir  assento da CNTE no Comitê Nacional de Direitos Humanos.

- Solicitar ao MEC a participação no Grupo de Trabalho para discutir as violências contra as pessoas LGBTQIA+

- Ampliar a pauta de negociações de direitos trabalhistas para trabalhadores/as LGBTQIA+, tais como: garantia de permanência no local trabalho livre de preconceito e discriminação.

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Participaram do evento dirigentes do Sintep/MT, Afuse, Sintese/SE, APP/PR, Apeoesp/SP, Sintego/GO, Sindiupes/ES, Sinproja/PE, Sinpro/DF, Sindiute/CE, Sintep/PB, Sintepe/PE, Sinprolem/BA, Sinteal/AL, Sind-Ute/MG, Sepe/RJ, Simpere/PE, Fetems/MS e APLB/BA.

Em razão das tragédias ambientais no Rio Grande do Sul, algumas entidades da região não conseguiram participar do encontro. A CNTE e as entidades demonstraram solidariedade a toda população gaúcha.