MENU

Professora vence concurso ao promover debates sobre insegurança alimentar

O trabalho, desenvolvido com estudantes do Ensino Fundamental II, estimula reflexão sobre temas relacionados ao direito à alimentação adequada

Publicado: 31 Janeiro, 2025 - 10h03 | Última modificação: 31 Janeiro, 2025 - 19h09

Escrito por: Redação CNTE

Divulgação/ CNTE
notice

No Colégio Estadual Maria do Carmo Lima, em Águas Lindas de Goiás, município localizado a 195 quilômetros da capital goiana, o projeto ‘Cine EducAlimentação’ tem trazido para dentro das salas de aula debates e reflexões sobre temas como insegurança alimentar e direito à alimentação adequada.

A iniciativa criada pela professora de história e museóloga Camila Beatriz Faria, 28, tem colecionado premiações ao promover entre os estudantes do Ensino Fundamental II o debate e reflexão sobre o funcionamento de políticas importantes como o Plano Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). 

Participante da segunda edição do Concurso Juventude que Muda a Educação Pública, da CNTE, o projeto da professora foi premiado, representando a região Centro-Oeste.

Há uma década de trabalho com a educação, sendo quatro desses em sala de aula, a jovem educadora tem estimulado a reflexão dos estudantes sobre temas como desigualdade e segurança alimentar, com auxílio de produções audiovisuais.

Uma vez ao mês, os estudantes são reunidos para a sessão do Cine EducAlimentação, onde são reproduzidos curtas-metragens e reportagens especiais sobre a temática.

“A ideia surgiu em 2022. Unindo as disciplinas de História e Geografia, trabalhamos sobre segurança alimentar, memória cultural e desigualdades no acesso a recursos. O intuito era conscientizar e mostrar para os estudantes do ensino fundamental II do Colégio Estadual Maria do Carmo Lima ferramentas como o audiovisual e a economia criativa para enfrentar desafios sociais e econômicos”, explica.

Ela explica que, graças ao método, o aprendizado e compreensão de assuntos mais complexos por parte dos estudantes é facilitado, ajudando o desenvolvimento de debates entre eles ao fim de cada sessão. Os encontros ainda contam com um momento especial de degustação e compartilhamento de lanches, preparados especialmente por pequenos produtores e feirantes locais.

“A recepção foi muito positiva, com os estudantes, que sempre participam ativamente, refletindo suas perspectivas e aprendizados”, celebra.

Em 2022, o projeto da professora foi vencedor da 6ª edição do Prêmio Territórios, promovido pelo Instituto Tomie Ohtake, pelo positivo para a comunidade escolar.

Propósito de educar

Ao longo de toda a sua carreira profissional, Camila atuou com a educação. Antes das salas de aula, foi educadora patrimonial - profissão que busca estimular a preservação e conscientização sobre o patrimônio cultural e histórico de uma comunidade ou região. Mas, influenciada pelos bons professores que teve quando ainda era estudante, seguiu em direção à docência.

“Sempre tive um desejo de mudar as realidades por meio do conhecimento, e me inspirei em muitas outras professoras ao longo da vida!”, ela declara.

Vencedora pelo Centro-Oeste, em julho de 2025 embarca para Recife, Pernambuco, junto aos outros quatro vencedores do Concurso da CNTE, onde apresentará os resultados positivos do seu projeto no Encontro Pré-Congressual da juventude da Confederação, que acontece nos dias 17 e 18.

“Foi uma grande alegria e emoção por todo o trabalho realizado até aqui. Estou animada para compartilhar minhas experiências e ouvir outras em Recife, contribuindo para a construção de uma rede de projetos educacionais inovadores”, celebra Camila.

Segundo Luiz Krehan, que coordena o Coletivo de Juventude da CNTE ao lado de Bruno Vital, o concurso é uma forma de dar luz ao trabalho e projetos que têm sido desenvolvidos pelos jovens educadores da educação pública. Ele conta que muitos jovens, ao ingressarem na educação pública, chegam com muita vontade de transformar a sociedade e o ensino, entretanto, não enxergam na militância sindical, necessariamente, a única maneira de alcançar esse objetivo.

"Eles/as estão extremamente engajados nessa mudança, e poderiam estar se dedicando a projetos educacionais nas suas unidades escolares. Então, como uma forma de aproximar a CNTE, os seus sindicatos filiados e o Coletivo de Juventude desses educadores jovens e engajados, com um profundo sentimento de transformação da educação pública, a gente pensou nesse concurso", explica o dirigente.

Para Bruno Vital, a segunda edição do Concurso acontece para solidificar a iniciativa da CNTE, que tem recebido bons projetos de todas as regiões do país durante as seletivas. 

"O nosso objetivo continua o mesmo: alcançar iniciativas de jovens do Brasil todo e dar visibilidade ao que tem sido feito, seguindo a pedagogia freireana. Essa segunda edição veio consolidar o nosso concurso que, mais uma vez, obteve bons projetos inscritos, com boas ideias que estão sendo trabalhadas pelos educadores jovens no Brasil", destaca.