[SC] “Assédio é Crime: saiba como se defender” é o tema da cartilha lançada do Sinte
Ação da Secretária de Saúde do Trabalhador do Sinte/SC visa informar, orientar, debater e criar um ambiente de proteção às vítimas de assédio na rede pública estadual de educação
Publicado: 25 Outubro, 2024 - 15h26 | Última modificação: 02 Dezembro, 2024 - 09h27
Escrito por: Redação Sinte-SC
A prática de governos autoritários na gestão escolar, combinado com discursos de perseguição contra os professores, intensifica o assédio nas escolas públicas estaduais de Santa Catarina.
Para enfrentar este cenário, o Sinte/SC através da Secretaria de Saúde do Trabalhador lança a cartilha “Assédio é Crime: saiba como se defender”. A publicação traz os dados de assédio moral no país e informações de como identificar e se defender dos casos de assédio moral e sexual nas escolas.
A cartilha do Sinte/SC foi reeditada e traz conteúdo para os trabalhadores e trabalhadoras identificarem se uma atitude caracteriza como assédio e quais perfis possuem um assediador. “Consideramos importante levar informações para nossa categoria e fortalece-los com orientação, mostrando os caminhos de denúncia para pôr fim às situações que adoecem às vítimas”, ressalta a Secretária de Saúde do Trabalhador do Sinte/SC, Katiane Weschenfelder Golin.
O assédio se caracteriza quando uma pessoa é exposta repetidamente em situações humilhantes e constrangedoras no ambiente de trabalho, quando acontecem condutas abusivas, através de comportamentos, palavras, atos, gestos ou por escritos, que traz algum dano à dignidade ou à integridade física e psíquica da outra pessoa.
Relatório do Tribunal Superior do Trabalho (TST) apontou que de 2020 a 2023, a Justiça do Trabalho, em todas as suas instâncias, julgou 419.342 ações envolvendo assédio moral e assédio sexual. Os números, embora altos, são de casos que chegam até às instâncias jurídicas, porém o desafio maior é fazer com que as pessoas denunciem o assédio moral.
Em um levantamento do Vagas.com realizado em 2023, mais da metade dos trabalhadores brasileiros (52%) já sofreram algum tipo de assédio moral nos locais de trabalho. Deste total, 87,5% não denunciaram o ocorrido, sendo que a principal razão é o medo de perder o emprego (39,4%), depois receio de represálias (31,6%), vergonha (11%) e medo de, apesar de ser a vítima, ser considerado o culpado (8,2%).
“Percebemos que o medo e intimidação, coíbem a denúncia sobre os casos de assédio moral e sexual cometidos contra os trabalhadores e trabalhadoras, por isso precisamos fortalecer às vítimas, mostrando a elas os caminhos para formalizar as denúncias e mostrar quais leis as protegem”, explicou Katiane.
A cartilha foi lançada em uma live especial (assista aqui) com a professora doutora Suzana Tolfo, do Departamento de Psicologia da UFSC, pesquisadora e especialista no tema de qualidade de vida no trabalho, assédio moral e outros assuntos relacionados ao mundo do trabalho e o professor Renato Tochetto, que também é aposentado do Ministério do Trabalho e tem vasta experiência no tema.
“Nossa secretaria tem preparado representantes nos locais de trabalho, para que atuem na defesa de saúde do trabalhador e na ajuda às vítimas de assédio. O acolhimento e rede de apoio é fundamental para o fortalecimento das vítimas e a denúncia dos assediadores”, destacou Katiane.
A cartilha foi lançada em uma live especial (assista aqui) com a professora doutora Suzana Tolfo, do Departamento de Psicologia da UFSC, pesquisadora e especialista no tema de qualidade de vida no trabalho, assédio moral e outros assuntos relacionados ao mundo do trabalho.
Para o coordenador do Sinte/SC, Evandro Accadrolli, a Cartilha responde uma demanda da categoria. “Nossa preocupação é com a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras da educação e a garantia de respeito aos seus direitos. Queremos dar subsídios às vítimas de assédio, para que possamos fazer uma grande frente no enfrentamento às violências dentro dos locais de trabalho”, destacou Evandro.
Essa é uma iniciativa do Sinte/SC na busca de um ambiente saudável de trabalho e garantia de direitos. Quer conhecer a cartilha e saber mais detalhes? Acesse aqui.