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Servidores ocupam a Esplanada em marcha contra a Reforma Administrativa

Manifestação organizada pela CNTE reúne trabalhadores/as de todo o país em defesa do serviço público e da educação

Publicado: 29 Outubro, 2025 - 17h30 | Última modificação: 29 Outubro, 2025 - 17h42

Escrito por: CNTE | Editado por: CNTE

Foto: Renato Braga
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Nesta quarta-feira (29), ocorreu a Marcha Nacional do Serviço Público contra a Reforma Administrativa (PEC 38), em Brasília. A manifestação foi convocada pela CUT, centrais sindicais, confederações, entre elas a CNTE, e federações de trabalhadores, com apoio das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. O ato reuniu servidores públicos de diversas categorias na Esplanada dos Ministérios, em defesa do Estado brasileiro e da valorização do serviço público.


Com faixas, cartazes e palavras de ordem, a manifestação chamou a atenção de parlamentares e da sociedade para os riscos que a proposta representa aos direitos dos trabalhadores e à qualidade dos serviços prestados à população.

Segundo Rosilene Corrêa, secretária de Finanças da CNTE, o objetivo da mobilização foi mostrar a força da classe trabalhadora diante de uma proposta que ameaça o serviço público.

 “Nós fizemos essa marcha hoje, com a classe trabalhadora, com o serviço público principalmente, ocupando o gramado da Esplanada, porque queremos mostrar que lá dentro eles são uma minoria que é inimiga do povo brasileiro, se comparado com a nossa maioria aqui do lado de fora lotando a rua. A Reforma Administrativa é redução do serviço público e prejudica toda a população. Nós estamos mostrando que essa maioria aqui fora vai sim derrotar a PEC 38/2025, porque ela é um prejuízo e aprofunda a crise na educação pública, e nós não podemos permitir. O que precisamos é do cumprimento da Lei do Piso do Magistério e de concurso público, para o fortalecimento do Estado brasileiro”, afirmou.

O secretário de Assuntos Jurídicos e Legislativos da CNTE, Edson Rodrigues, destacou que o movimento expressa a indignação de todos os servidores diante do que chamou de um retrocesso histórico.


“Nessa marcha, queremos mostrar a nossa indignação com essa falsa Reforma Administrativa, que significa a gente retroceder em tudo aquilo que já conquistamos legalmente com muita luta. Uma categoria que sempre tem seus direitos sendo retirados, e todas as esferas do serviço público reunidas gritam: ‘não à Reforma Administrativa’”, declarou.

Já a secretária-geral da CNTE, Fátima Silva, ressaltou a importância da unidade entre os servidores e a defesa do interesse público.
“O ato de hoje mostra a união de todos os servidores públicos fazendo a defesa de um bom serviço para a população. É uma reforma que diminui o tamanho do Estado, vai precarizar cada vez mais a prestação de serviços para a população, e nós estamos aqui contra isso, defendendo os nossos empregos, os nossos trabalhos, mas defendendo, acima de tudo, um bom serviço para a população brasileira”, afirmou.

O presidente da CNTE, Heleno Manoel, também participou da mobilização e reforçou o caráter democrático da luta contra a Reforma Administrativa.


“Estamos aqui em Brasília, na marcha contra uma medida que quer mudar a Constituição Federal, e fazer uma reforma que desmonta o princípio do Estado Democrático de Direito e tenta impor um Estado de empresa, um Estado gerencial, que retira os direitos da população à educação, à saúde, à vida e às políticas públicas. Por isso estamos aqui mobilizados. Queremos que vocês ajudem fazendo marchas em seus municípios contra esta proposta de emenda à Constituição, que tem o número 38 e trata da Reforma Administrativa. Ela vem para desmontar o Estado brasileiro e impor que você tenha que lutar por sua própria conta para ter acesso aos seus direitos básicos. Não podemos aceitar que isso aconteça. Procure seu deputado federal e diga: vote contra esta PEC 38. Sigamos firmes na luta”, afirmou.

O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, destacou a importância da unidade das centrais e das categorias para barrar o avanço da proposta.
“É muito importante, porque todas as vezes que estivemos juntos e unidos, todas as centrais e todas as esferas, a gente venceu e agora não vai ser diferente. O deputado Pedro Paulo quer enganar o povo dizendo que a reforma é para melhorar a vida do servidor. Se fosse, que construíssem um projeto com os servidores discutindo, e não com setores patronais, que claramente querem de volta a famigerada PEC 32. E nós não podemos ter dúvidas disso, porque eles estão discutindo a PEC 32 com outro nome. E se nós derrotamos ela uma vez, faremos de novo”, declarou.

A mobilização desta quarta-feira reforçou o compromisso da CNTE e das demais entidades do funcionalismo com a defesa do serviço público, da educação e dos direitos da classe trabalhadora. De forma única, os manifestantes reafirmaram que a Reforma Administrativa não é uma solução para o país, mas um ataque ao Estado e à população que dele depende.