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Universidade de Stanford abrirá as portas para a educação brasileira

Uma das mais importantes universidades do mundo, a Stanford, nos Estados Unidos, abrirá as portas para a educação brasileira. Uma parceria feita com a Fundação Lemann vai oferecer quatro bolsas de pós-graduação para quem quer assumir o compromisso de melhorar a educação no Brasil. Para pleitear uma dessas vagas, o candidato deve primeiro se inscrever em uma pós-graduação em...

Publicado: 22 Agosto, 2011 - 14h33

Escrito por: CNTE

Uma das mais importantes universidades do mundo, a Stanford, nos Estados Unidos, abrirá as portas para a educação brasileira. Uma parceria feita com a Fundação Lemann vai oferecer quatro bolsas de pós-graduação para quem quer assumir o compromisso de melhorar a educação no Brasil. Para pleitear uma dessas vagas, o candidato deve primeiro se inscrever em uma pós-graduação em Stanford (as inscrições estão abertas e vão até dezembro). Depois, solicitar uma das bolsas integrais oferecidas pela Fundação Lemann.

O crivo não será fácil, pois há uma entrevista pessoal para ver até que ponto vai o nível de comprometimento do candidato com a educação brasileira. “Temos que ter certeza de que o bolsista vai voltar para o Brasil”, explica o professor brasileiro Paulo Blikstein, da Stanford e da Fundação Lemann. A fundação oferece bolsas semelhantes em outras áreas em outras cinco universidades americanas: Harvard, Illinois, Columbia, Stanford e Yale.

Desta vez, as quatro bolsas são especificamente na área de educação, mas nem por isso são dirigidas apenas a graduados em cursos da área. “Podem se inscrever formandos em medicina, engenharia e em qualquer outro curso de licenciatura. O importante é que o beneficiado produza novos conhecimentos”, ressalta Blikstein. O professor conta que as bolsas foram criadas graças a uma parceria entre a Fundação Lemann, instituição sem fins lucrativos que financia estudantes brasileiros no exterior, e a Universidade de Stanford, na Califórnia.

A junção dessas duas instituições deu origem a uma terceira, o Lemann Center for Educational Entrepreneurship and Innovation in Brazil, que vai funcionar na universidade americana e terá o objetivo de oferecer bolsas de pós-graduação para pesquisadores brasileiros, apoiar a formação de professores no país e se dedicar a pesquisas de políticas públicas e inovação. “Se quisermos melhorar a educação no Brasil, precisaremos dos melhores cérebros”, disse Blikstein.

O projeto inicial prevê que o centro funcione durante uma década. “Ao fim desses 10 anos, teremos uma geração de profissionais muito bem formados e prontos para atacar os problemas mais graves do Brasil. Queremos incentivar a pesquisa de políticas inovadoras, que nos faça avançar mais rapidamente”, ressalta Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann.

Pesquisador visitante

Além das quatro bolsas, será oferecida uma bolsa anual para que profissionais brasileiros passem de três a seis meses na Universidade de Stanford como pesquisador visitante. Um grupo de oito coordenadores e diretores de cursos voltados à formação de professores também participará de treinamento oferecido pelo Stanford Teacher Education Program (STEP) anualmente.

A proposta do Lemann Center for Educational Entrepreneurship and Innovation in Brazil, porém, não se limita à oferta de bolsas. O objetivo é reunir acadêmicos capazes de pensar de “maneira crítica e inovadora” sobre a situação educacional do país. Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann, David N. Plank e Eric Bettinger comandarão o centro. Todos são estudiosos da educação na América Latina.

De acordo com Mizne, um grupo de quatro professores da Stanford trabalhará em colaboração com bolsistas e outros pesquisadores para produzir estudos de alta qualidade sobre políticas públicas, tecnologia e empreendedorismo na educação, sempre com foco no Brasil. Um seminário anual apresentará os principais resultados.

Peneira

O professor Martin Carnoy aponta a dificuldade de se entrar em Stanford como a primeira peneira para se obter uma das bolsas da Fundação Lemann. Mas ele destaca uma vantagem: “Em Stanford, não existem barreiras entre as faculdades. A interdisciplinaridade é importante para esse projeto", disse o especialista.

Além de ser reconhecida como uma das melhores do mundo em sua área, a Escola de Educação de Stanford reúne uma série de condições favoráveis para sediar o novo centro. A proximidade com o Vale do Silício, região que concentra algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo, favorece o foco em inovação adotado pelo centro. (UC)

"O principal critério de seleção para a concessão de bolsas de mestrado e doutorado, alem de entrar em Stanford, é o compromisso explícito e o projeto do candidato de contribuir com o avanço da educação no Brasil. Isso se refletirá, inclusive, na pesquisa que ele fará durante o curso". Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann

Fonte: Correio Braziliense, 20/08/2011